Próxima novela das sete, "Vai na Fé", com estreia prevista para janeiro de 2023, tem como protagonista Sol (Sheron Menezzes), uma vendedora de quentinhas que canta em um coral de igreja evangélica. Apesar dessa característica da personagem, a autora, Rosane Svartman, explica que a trama não terá viés religioso.
Em conversa com a imprensa, Rosane recorda uma pesquisa que a ajudou a compor a protagonista. "Segundo esse levantamento, 99% dos brasileiros têm fé, e 90% alguma religião. Portanto não seria estranho que a Sol criada em uma família multirracional, construída com afeto, e aspiracional fosse cristã/evangélica", aponta citando a mãe de Jenifer (Bella Campos), a primeira universitária da família.
"Apesar da religiosidade não ser um pilar da novela é sim um dado importante, porque aparece na construção dos personagens", prossegue, recordando outras duas protagonistas criadas por ela que apresentavam a fé e religiosidade como característica.
"Tanto Elisa (Marina Ruy Barbosa, "Totalmente Demais", 2015) como Paloma (Grazi Massafera, "Bom Sucesso", 2019) eram mulheres de fé. A Paloma conversava com uma santa, se confessava com um padre, frequentava a igreja e não foi considerada uma novela religiosa", cita.
Responsável pela sucessora de "Cara e Coragem", cujo um dos personagens principais vai morrer na semana final, Rosane mostra vontade de fazer um "cross" (cruzamento) com o concurso de música gospel "Altas Promessas", do "Altas Horas". E se lembra de uma estatística que lhe chamou atenção durante grupo de discussão de "Bom Sucesso".
"Nas fichas dos participantes, de quatro a seis de um grupo de dez se dizia evangélico. Isso passou a me fazer pensar como seria essa personagem, essa família. Assim nasceu Sol, através dessas pesquisas e entendimentos (de que o público evangélico não estava afastado da Globo)", prossegue, acrescentando:
"Nós queremos contar uma boa história, com todo carinho e sem querer ofender ninguém", afirma Rosane. "O telespectador não gosta quando a gente fala 'esse é o ponto de vista certo'. A gente abre assuntos, conversas. A novela tem vários temas e esses temas surgem justamente ao abrir diálogos com o espectador", defende.