Na novela "Pantanal", que estreia ainda em março e reconta a história de Juma (Alanis Guillen), Osmar Prado recebeu o convite para interpretar ninguém menos que o Velho do Rio. Em conversa com a imprensa, o ator explicou que o papel seria, a princípio, de Antônio Fagundes, mas com a recusa do artista, o homem que se transforma em sucuri acabou em seu colo.
"A surpresa de ter sido convidado foi muito grande. Fagundes tinha sido convidado e declinou. Eu não acreditei", começa Prado, que já tinha deixado a barba crescer antes mesmo de receber o convite do diretor, Rogério Gomes, conhecido como Papinha.
"Não cortei o que tenho de cabelos, por coincidência. No caso eu já estava a meio caminho da barba, então eu considero com meio caminho andado no aspecto exterior - e depois só precisei trabalhar o interior", riu o ator, que também teve de ser envelhecido para o papel, assim como Juliana Paes, que passou por uma espécie de transformação, e viajou para o Mato Grosso do Sul com o resto do elenco. "Inclusive nem os pelos da orelha eu tenho cortado", acrescentou.
Osmar Prado ainda refletiu longamente a respeito da essência do Velho do Rio e avaliou que personagem traz mensagens para além da novela. "Não foi fácil, não está sendo fácil e não será fácil", garante.
"Fui ao Pantanal, mas eu confesso: não é fácil representar o Velho do Rio, é de uma extrema complexidade de criação em uma extrema e absoluta simplicidade. A liberdade é não ter nada, e vivemos em uma sociedade em que é preciso ter tudo, e ele não tem nada, olha que presente maravilhoso", reflete.
"De repente posso exercitar uma simplicidade dentro de mim que eu não tenho", reconhece o artista. "E outro elemento dessa personagem, é a luta pelo meio ambiente, a defesa da água e sobretudo o amor desinteressado", garante.
Ainda na conversa com a imprensa a respeito da novela, Osmar deixou claro que não assistiu inteiramente a primeira versão da história, que foi ao ar nos anos 1990. "Na época não vi muito,, então o meu Velho do Rio será diferente. O Velho do Rio é independente, ele tem citações que lhe dá uma espécie de reclusão, aparece muito pouco, mas quando aparece, ele tem um significado muito grande, se transforma em sucuri", destaca.
"Acho que posso fazer o Velho do Rio, com aquela capa, como pode ser feita com uma malha preta, desde que a essência da criação esteja partindo de dentro, esse é o meu princípio", avalia Osmar.