Exibida em 1990 pela extinta TV Manchete, a novela "Pantanal" ganha um remake em março de 2022 na faixa das nove da Globo. Marcos Palmeira e Alanis Guillen puxam o elenco vivendo José Leôncio e Juma Marruá na segunda fase da trama, gravada no Mato Grosso do Sul, para onde foram despachadas mais de 170 malas com figurinos e acessórios.
Bruno Luperi assina a nova versão da história marcada por tragédias e escrita por seu avô, Benedito Ruy Barbosa, com a promessa de ser fiel ao original. Segundo comunicado da Globo, "Pantanal" sofreu "mudanças e atualizações necessárias para conversarem com uma nova realidade e uma nova geração" no seu texto.
Nesse remake, novos personagens foram adidos à trama. Um deles é Eugênio (Almir Sater), que por trazer e levar pessoas do Pantanal acaba conhecendo personagens de vários núcleos. O chalaneiro, claro, tem uma porção de cantor e fará duetos com Renato Teixeira, intérprete do Chico Teixeira, Trindade (vivido por Gabriel Sater, seu filho na vida real) e Tibério (papel do cantor Guito). Vale lembrar que em 1990, coube a Almir ser o Trindade, enquanto Tibério foi interpretado por Sergio Reis.
Na avaliação de Bruno Luperi, "Pantanal" comprova que as pessoas têm seus defeitos e qualidades. "O Pantanal resgata heróis. É uma característica muito forte da obra do meu avô, que tem um caráter épico e fala sobre valores com esses personagens fortes e inspiradores. O Zé Leôncio é um personagem que te inspira, que te faz acreditar que o mundo pode ser melhor, que existem pessoas que são corretas, dignas. Ainda assim, ele comete seus erros", aponta.
"A novela também tem esse caráter humano, que é o que mais me move, porque gera empatia. Ninguém é perfeito. A possibilidade de se apaixonar e odiar o protagonista e o antagonista é real", prossegue a respeito da trama, que iniciou gravações com externas no Rio em agosto passado. A trama reúne ainda Renato Góes, Dira Paes, Osmar Prado e José Loreto, entre outros.
Já a direção artística promete novos ângulos do Pantanal por conta da tecnologia atual. "Na época, Jayme Monjardim fez muito bem a novela, foi ousado, fez um desenho de produção diferente, mesmo com toda dificuldade. Hoje, as câmeras são menores, temos drones, câmeras para dentro d'água, a qualidade de captação é outra, é tudo muito mais moderno que antes. Você consegue captar imagens do Pantanal de maneira diferente daquela época, quando eles não tinham esses recursos", explicou Rogério Gomes.
A trama principal gira em torno de José Leôncio (Renato Góes/Marcos Palmeira), único filho de Joventino (Irandhir Santos), este que desaparece sem deixar alguma pista. O peão em viagem ao Rio de Janeiro se apaixona por Madeleine (Bruna Linzmeyer/Karine Teles) e da relação nasce Jove (Jesuíta Barbosa). Mas Madeleine não se adapta à vida no Pantanal e, por isso, retorna à cidade grande.
Nesse tempo, Leôncio já contratou Filó (Leticia Salles/Dira Paes), mãe de Tadeu (José Loreto), e com quem se relacionou no passado. Após 20 anos, Tadeu segue sem saber que Leôncio é seu pai, mas acaba escolhido por ele para ser seu sucessor no trato da fazenda. Já Jove descobre que o pai está vivo e resolve ir atrás dele. Porém, os dois acabam batendo de frente por conta do comportamento de ambos.
Para piorar, Jove encara ainda o ciúme de Tadeu. E a situação fica mais enrolada quando um terceiro filho de Joventino, José Lucas de Nada (Irandhir Santos) aparece na fazenda. Nesse meio tempo, Jove se apaixona por Juma Marruá, que, segundo a lenda, se transforma em onça ao ficar com raiva. A garota é filha de Maria Marruá (Juliana Paes) e Gil (Enrique Diaz).
E quem acompanha toda a história é o Velho do Rio (Osmar Prado), um ser sobrenatural que se transforma em sucuri. É a entidade quem cuida não só das matas como dos animais e das relações entre as pessoas.