O remake da novela "Pantanal" vai contar de novo a história de luta de Gil (Enrique Diaz) e Maria Marruá (Juliana Paes), pais de Juma (Alanis Guillen), a mulher que se transforma em onça. A trama das nove não teve ainda a estreia definida pela Globo, e terá em seu elenco Lucas Leto, como antecipou o portal "RD1". No remake do original exibido em 1990 pela TV Manchete, Gil e Maria perdem dois filhos assassinados e resolvem se mudar para o Sarandi, no Paraná, com Chico (Tulio Starling), herdeiro deles.
Porém, o casal acaba descobrindo que foi enganado e que a terra que ocupa já tem dono. Cresce ali o sentimento de revolta e vingança. Chico também e morto e Maria e Gil se mudam de novo, agora para o Pantanal, onde Joventino (Irandhir Santos), pai de José Leôncio (Renato Góes/Marcos Palmeira), prosperou como fazendeiro.
E é naquela região onde Maria engravida novamente e nasce Juma para revolta da mãe, que teme perder o 4º filho. Assim, ela decide colocar a criança em uma canoa empurrando-a para as águas. Porém, o destino interfere e após alguns anos Juma se apaixona por Jove (Jesuíta Barbosa), um dos três filhos de Leôncio e batizado com o nome do avô paterno.
Ao site da novela, Juliana recorda que sua família parava para assistir à trama de Benedito Ruy Barbosa marcada por tragédias e cenas de impacto. "Acho que, talvez, movidos não só pela trama, mas pelo torpor que causava aquela linguagem diferente de assistir novela. Era um momento de contemplação. Se escutava menos gente falando e você escutava uma música tocando um tempão. Você via imagens mais extensas, o pássaro Tuiuiú, o jacaré, a arara. Causava nas pessoas uma sensação diferente", enumerou.
E a atriz recorda como foram as gravações no Mato Grosso do Sul, para onde a Globo enviou 12 caminhões e mais de 170 malas. "Enquanto você vai se embrenhando por dentro das fazendas e tal, vai aumentando a expectativa. 'Ai, o que eu vou ver?!'. E aí, quando você chega, todas as expectativas são superadas, porque eu vi bichos que eu nunca tinha visto na minha vida, ouvi sons que eu não tinha escutado ainda. Fora que a energia, o ar, o tempo é diferente, onde a vista alcança é diferente", definiu.
Já Enrique Diaz destacou as bandeiras levantadas por Gil. "Principalmente em relação às questões ambientais, mas também em relação às questões sociais, pensando no Gil e no que ele representa, um trabalhador da terra no Brasil sendo expulso", explicou o ator, visto também na primeira versão.
"Tenho a impressão de que a versão atual vai trazer todo um conhecimento da poética do Pantanal, da imagem do Pantanal, em cima do que a primeira versão trouxe. Agora, com uma tecnologia diferente, a gente tem dramáticas audiovisuais muito elaboradas, disponíveis, além de uma equipe muito talentosa. Todas as imagens que já vi são super impressionantes e eu acho que tem a questão do meio ambiente, hoje, que é tão essencial, tão importante, que a novela junto com o aspecto do folhetim vai trazer a presença dessa discussão. Acredito que a novela terá uma importância grande nesse sentido", pontuou.
Para Enrique, Gil é um personagem sensível e dono de um "orgulho macho", em suas palavras. "Mas tem uma sensibilidade clara que mostra que não é herdeiro de um machismo estrutural", ponderou. "Acho que o Gil representa o Davi contra o Golias, ele é a parte fraca da corda, que tem que ser defendida. Mas é a parte honesta. Não que as outras partes não possam ser honestas, mas ele tem essa crença praticamente religiosa e familiar muito grande na honestidade", concluiu.