As mortes do ator Rafael Miguel e os pais completou dois meses nesta sexta-feira (9). Filha do único suspeito do crime, Paulo Cupertino Matias, que continua foragido da Justiça, Isabela Tibcherani falou sobre a dificuldade de retomar a vida após a tragédia. "Completam-se 2 meses do pior dia das nossas vidas e, como esperado, permanecemos sem respostas. Foge do nosso entendimento o porquê de não ser dada a devida importância para um caso de tamanha comoção, que envolve tantas famílias e que gerou tanto sofrimento", disse em carta enviada ao "Uol".
Isabela contou também como tem encarado o luto depois da morte do namorado e pediu justiça. "Falo por mim, os dias têm sido incertos, ora penso estar bem, lidando com tudo da melhor forma, ora me vejo sem chão, ao pensar que tudo é real e não pode ser revertido. Pensar que as pessoas que amamos não voltarão mais, que não estão apenas em uma viagem, é uma dor inexplicável. Penso que, o mínimo que podemos fazer, é depositar nossas esperanças e nossa fé em Deus, como temos feito (o que não torna nada mais fácil) mas, apenas confiar. Esperamos, sim, uma ação mais eficaz da justiça para nos trazer respostas e resolução. É o mínimo, já que não podem nos trazer de volta tudo que nos foi tirado", afirmou.
Tentando assimilar o que aconteceu, Isabela pediu medida protetiva contra o pai e espera pelo dia em que o comerciante seja preso. "Não podemos parar de viver. Por mais difícil que seja, temos responsabilidades e obrigações e é preciso segui-las mas, o desejo latente, de todo momento, é que chegue o dia em que veremos a notícia que tanto esperamos", comentou. Paulo Cupertino Matias não aceitava o relacionamento da filha e matou a tiros Rafael, de 22 anos, e o casal João Alcisio, de 52, e Miriam Selma, de 50, na Zona Sul de São Paulo. Ele já tem outras passagens pela polícia pelos crimes de agressão e roubo.
Alvo de críticas após o falecimento de Rafael, Isabela relatou ainda que é cobrada sobre o assassino. "Vale ressaltar, também, que não acho correto e justo tamanha cobrança da parte de pessoas de fora, tanto para comigo quanto para com a família do Rafael sobre o paradeiro do indivíduo. Nós não temos as respostas. Se tivéssemos, claramente, teríamos feito algo a respeito", declarou Tibcherani.
(Por Patrícia Dias)