A morte de Jô Soares devastou amigos e colegas de trabalhos nesta sexta-feira (05). O apresentador faleceu na madrugada após oito dias de internação por um quadro de pneumonia. Afastado da TV desde o final de 2016, o humorista concedeu raras, mas intensas entrevistas neste período. A última delas foi ao ar em março de 2020.
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Aos 82 anos, Jô concedeu uma entrevista ao programa "Provoca", apresentado por Marcelo Tas e exibido pela TV Cultura. No bate-papo, ele falou sobre a relação com a morte. "Eu não tenho medo da morte. Eu tenho medo... Sempre tive, aliás, de ficar improdutivo. Agora, de morrer? Já vivi 82 anos. Só espero morrer assim: 'pá'. Acabou, gastou, apagou o gaslight", disse.
Perguntado sobre o medo da velhice com a chegada dos 80 anos, Jô respondeu com a sagacidade de sempre. "Fiquei com medo de ficar velho quando eu passei dos 40. Dos 80, eu já tô acostumado", brincou.
Marcelo perguntou a Jô sobre que memórias ele gostaria de ter deixado quando o dia de sua morte chegasse. "Alegria. Mais profundamente, deixado a esperança em algumas pessoas. Que eu pude contribuir com a melhoria de algumas pessoas - na época do programa, eu recebia algumas cartas comoventes. Mas, principalmente, não ter feito mal a ninguém. Isso que eu acho que é importante pra vida de cada um. Eu vou viver e não vou fazer mal a ninguém. Acho que o inferno são essas pessoas que fazem o mal trato de milhões de pessoas", disse.
Para Jô Soares, o que é a vida? "Sei lá! Não faço a mínima ideia. Eu sei que ela tem que ser vivida", respondeu.