O melasma é uma doença muito comum que se manifesta, principalmente, em mulheres gestantes e que fazem ou já fizeram uso de pílula anticoncepcional - assim como aconteceu com a atriz Mariana Xavier. Ele aparece em forma de manchinhas mais pigmentadas que a tonalidade natural da pele e pode ser agravado com a exposição ao sol. Em entrevista ao Purepeople, o dermatologista Thales Bretas, casado com o ator e humorista Paulo Gustavo, fala de suas possíveis causas: "Elas ainda não são bem estabelecidas, mas sabemos que ele tem uma relação direta com hormônios, principalmente os femininos, o que faz com que a condição possa se manifestar ou se agravar com o uso de pílula anticoncepcional e na gravidez".
Segundo o especialista, as mulheres grávidas e que fazem uso do método contraceptivo oral fazem parte do grupo de risco do melasma justamente devido à alteração da taxa hormonal no organismo. Mas Thales Bretas afirma que existem outros fatores de predisposição à doença, como a cor da pele e a genética. "Pessoas de pele mais escura (fototipo mais alto) também têm uma tendência maior a desenvolver melasma, assim como quem tem familiares com a doença, já que há uma influência genética. Mas, principalmente, quem se expõe ao sol excessivamente e sem proteção, já que tanto os raios UV quando a luz visível são capazes de estimular a doença", diz o médico sobre o melasma, que pode surgir em outras áreas do corpo - apesar de ser bem menos comum - e não somente no rosto.
O melasma é um quadro restrito somente à pele, sem ser indicativo de mudança do tipo da pele. "Ele não representa alterações das características da pele, como textura e oleosidade. Pode estar associado a essas alterações mas, basicamente, o melasma é uma discromia, uma alteração do pigmento, da cor. É depósito de melanina na derme", explica Thales, destacando que a doença pode despertar transtornos com a autoimagem. "No geral, não afeta o organismo de outra forma, mas as consequências estéticas podem gerar quadros psíquicos, problemas de autoestima, efeitos psicossociais. Fora esse aspecto, é um quadro limitado à pele", diz.
Além de não amenizar naturalmente, ou seja, sem tratamento, essa doença de pele, afirma Thales Bretas, "não tem cura, mas pode ter um bom tratamento e controle e chegar a um estágio quase imperceptível se a pessoa for disciplinada". O dermatologista destaca a importância do uso diário de filtro solar, como passou a fazer a artista Cleo Pires ao ser diagnosticada com melasma, e também Deborah Secco, "vítima" das manchinhas desde os 20 e poucos anos. As loções protetoras são um método de prevenção mas, como formas para tratar, ele destaca as principais: "Há poucos lasers que podem ser aplicados, pois grande parte deles aquece a pele e pode estimular o melasma. Mesmo que haja melhora por um tempo, o tratamento pode ter um efeito rebote e o melasma voltar pior do que antes. Mas tem um tipo específico de laser que explode o pigmento sem fazer efeito térmico. Esse é um dos poucos recomendados, com grande melhora em longo prazo". E completa: "Agora, tem sido feito com frequência o microagulhamento com algumas substâncias que atuam sobre essa cascata de pigmento. O tratamento tem um efeito bastante positivo, já que o procedimento também não esquenta a pele. Além disso, há cremes despigmentantes, uma terapia de manutenção. É importante ressaltar que o melasma pode voltar se a pessoa se descuidar do uso dos cremes e filtros solares".
O sol é o grande vilão para quem tem melasma. Afirmando que a doença costuma piorar no verão, Thales Bretas indica os cremes com fator de proteção maior do que 50 aos pacientes e acrescenta outras formas de bloquear os raios solares. "Protetores físicos ou com cor, que bloqueiam de forma mecânica a luz visível, além dos raios UV. Os filtros solares orais são complementares e auxiliam na fotoproteção de quem não pode se expor aos raios ultravioletas", recomenda.
(Por Carol Borges)