Marcelo Adnet recordou de novo os abusos sexuais que sofreu na infância durante participação no programa "Saia Justa", do canal pago GNT. De acordo com o humorista, isso ocorreu aos 7 e 11 anos e gerou ataques na web. "Tive muita sorte que meus pais e avós voltaram para casa quando ele (o abusador) estava consumando o ato. Comecei a sentir o desconforto de que estava errado, mas criança não sabe o que é sexo, só que ela sabe que tem algo ali que não é saudável, que não é certo", relembrou.
Ainda na entrevista, o namorado de Patricia Cardoso, com quem se relaciona há quase três anos, falou do segundo abuso sofrido. "Já sabia o que era sexo. Aos 7 anos, depois que você descobre que é sexo. Aí é um grande trauma, porque você acaba entendendo o que aconteceu quando criança", apontou. Adnet explicou ainda o motivo de não ter contado na época a violência sofrida. Não queria que meu pais sentissem a dor que não era deles. Não teve culpa direta dos meus pais. Queria poupá-los", alegou, fazendo uma ressalva: "É uma cicatriz na minha vida".
Já alvo de protesto por conta de posições políticas, o humorista contou não ter recebido apenas apoio da web ao recordar os abusos sexuais, e deu um conselho para quem enfrenta o mesmo tipo de crime, sofrido também por Xuxa e Luana Piovani. "Apesar dos ataques baixos e cretinos, que me fizeram até, em algum momento, ri de pena de quem me atacava, a quantidade de carinho e apoio foi muito maior. E colocar para fora é concretizar o que está dentro de você. Então, quem puder fazer terapia, faça. Fale com um amigo, uma amiga, aos poucos", recomendou o apresentador.
Responsável por paródias, imitações e um dos autores do samba-enredo da São Clemente no carnaval deste ano, Adnet opinou ainda sobre a educação sexual nas escolas. "(Deve-se) Tornar isso uma iniciativa do Estado, uma iniciativa pública, que a educação sexual aconteça. Que a gente saiba que buraco faz xixi, qual faz penetração, conhecer o nosso corpo, saiba tocar, lidar e respeitar nosso corpo", opinou. "E hoje estamos na contramão disso, com esta política de 'não fazer ou falar de sexo'. Educação sexual não é ensinar a fazer sexo. E a criança pode se sentir mais à vontade de falar de sexo com um educador do que com os pais", completou.
(Por Guilherme Guidorizzi)