Luciano Szafir surpreendeu ao abrir o desfile do estilista Walério Araújo na 52ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW), mostrando a bolsa de estomia, item que passou a usar há quatro meses, após complicações da Covid-19.
Luciano desfilou com o propósito de chamar atenção para a causa de quem tem a mesma condição. Para isso, Szafir pediu ao estilista uma roupa personalizada para deixar o aparelho médico visível, como forma de combate ao preconceito contra quem tem um estoma e mostrar que isso não é motivo de aversão, tristeza, vergonha ou reclusão.
Luciano corrigiu um problema no intestino decorrente de uma sequela da Covid-19, doença que o atingiu pela segunda vez em meados deste ano. Na ocasião, o empresário passou a usar a bolsa e, desde então, agradece diariamente pela chance que teve de continuar vivo.
"Quero que as pessoas possam ver que isso pode acontecer com qualquer um. Essa cirurgia salvou a minha vida e eu não tenho motivo para ter vergonha de usar uma bolsa de estomia", afirmou.
"Depois de tantos anos, este desfile tinha tudo para ser muito especial para mim. Além da minha volta às passarelas, vi que era a oportunidade perfeita para defender uma causa nobre e muito importante para a nossa sociedade", disse.
"Quero quebrar o preconceito, normalizar e fazer entender que um estomizado não precisa sofrer privações. Vida normal. E, tomara, que esta ação mude a visão que muitos ainda têm sobre quem usa uma bolsa de estomia", completou Szafir.
Luciano relatou que, até fazer a cirurgia, não tinha noção do universo de quem usa uma bolsa de estomia. Por isso, se sente responsável em quebrar qualquer tabu referente ao tema.
"Quem não conhece, julga e, mesmo sem querer, tem atitudes preconceituosas. Seja na hora de contratar um funcionário, se relacionar afetivamente, entre outras coisas", comentou. Szafir também alertou para que o respeito seja uma ação permanente na sociedade:
"Banheiros públicos para quem usa bolsa é algo urgente. Eles têm que ser projetados de modo que o esvaziamento seja feito de forma higiênica e confortável. Por que é tão difícil isso virar lei em todo o Brasil?".