Laura Neiva revela que o feminismo trouxe aprendizados para a vida em conversa com o Purepeople. Assim como Sophia Abrahão, a atriz conta que chegou a reproduzir machismo no cotidiano: "Depois que fui lendo sobre machismo e conversando com mulheres, como a (diretora) Carolina Jabor, percebi quantas escolhas e falas machistas eu reproduzia. E isso é automático e desnecessário. Minha mãe faz direto umas coisas que quando a questiono ela se dá conta de que não tem um motivo". A artista lista atitudes que foram impostas às mulheres: "Tem que usar sutiã, tem que fechar a perna, o cabelo tem que ser loiro, comprido. Estipularam padrões baseados no desejo do homem e não estavam preocupados com o nosso tipo físico, as nossas vontades. Precisamos nos unir porque se empoderar é uma libertação".
A integrante de "Desnude", série do GNT sobre sexualidade feminina, diz que tenta abrir os olhos da mãe para o feminismo: "Muitos dos nossos hábitos herdamos nos nossos pais. Converso muito por ela não enxergar o machismo. E tem mulheres que realmente não se incomodam com hábitos e tem outras que se incomodam e, às vezes, nem sabem o motivo desse incômodo. E, por isso, deixam passar. A minha mãe ela se incomoda. Mesmo não sabendo o motivo, às vezes ela liga o automático para algumas situações. Conversando, a gente troca e aprende muitas coisas. Esse é o jeito que eu mais aprendo e consigo trocar no meu dia a dia".
Da mesma forma de Claudia Ohana, a atriz dá dica para as mulheres conseguirem se empoderar: "A maneira mais fácil e rápida para me empoderar foi conversando com outras mulheres. Saber o que elas acreditam, como elas pensam. Se uma menina me pedir uma dica, diria para ela buscar o maior ídolo dela, pesquisar o que ela fala sobre feminismo, como ela pensa, ler uma entrevista, assistir um vídeo. Ela pode se identificar ou não, construir pensamento".
A artista lamenta a falta de união entre as mulheres, mesma crítica feita por Yanna Lavigne no Instagram: "Vejo o movimento feminista muito desunido às vezes. Vejo muitas mulheres, umas brigando com as outras, sobre ser ou não ser feminista. Acho que o movimento tem que se unir para poder vir algo melhor. Nos últimos três anos eu, pelo menos, nunca vi se falar tanto sobre esse tema. Cada vez temos mais mulheres com coragem de se expressar e ir atrás, conhecer".
(Com apuração de Patrick Monteiro e texto por Tatiana Mariano)