Klara Castanho enfrenta mais uma batalha após ter sua privacidade violada e fazer uma carta aberta para explicar que foi vítima de abuso sexual. A Justiça do Rio de Janeiro negou um pedido da atriz para que um vídeo de Antonia Fontenelle falando sobre o caso fosse removido do YouTube. A liminar foi derrubada com a justificativa de "não poder censurar" Fontenelle.
De acordo com informações do jornal O Globo, a juíza Flávia Viveiro de Castro, que atua na 2ª Vara Cível da Barra, entendeu que apagar a gravação do canal seria uma maneira de agir contra a liberdade de expressão. No vídeo em questão, Fontenelle não cita nomes, mas afirma ser uma atriz da Globo, de 21 anos, que teria parido e pedido para que o hospital doasse a criança.
"Os fatos relatados neste processo são de conhecimento público. Inclusive no que diz respeito às declarações publicadas pela ré, que, pelo que se viu no YouTube para poder decidir a tutela antecipada, no primeiro momento não revelou o nome da autora em suas críticas", explica a magistrada.
"Os comentários sobre os fatos, as postagens estão todas na rede social. Não se pode censurar um discurso, por mais que com ele não concordemos. Isso, entretanto, não livra aquele que publica e emite opinião ofensiva, ou que espalha um discurso de ódio, produzida a prova e provados os fatos, de ser responsabilizado pelo que divulgou", completa.
Mesmo após a decisão da juíza, Klara, que recebeu apoio de diversos artistas e da Netflix, ainda pede uma indenização.
Klara Castanho teve sua vida exposta após o vazamento da informação que teria engravidado e entregue o bebê para adoção. Recebendo apoio da classe artística e dos internautas, o relato da atriz gerou comoção e, por isso, foi protocolado um projeto de lei que prevê punição para quem quebrar o sigilo de pessoas grávidas que queiram entregar o bebê para adoção.
O projeto foi criado pela deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL-SP), que explicou que a lei tem como objetivo garantir o sigilo para mulheres cis e homens trans que optem por entregar a tutela do bebê de forma legal. Caso Klara aprove a ideia, a lei deverá ser batizada com o nome da atriz.