J.K. Rowling foi acusada mais uma vez de transfobia após um novo pronunciamento feito nas suas rede sociais, na última quarta-feira (10). A autora da saga "Harry Potter" é bastante ativa na web quanto às críticas a pessoas transexuais e travestis e, nesta matéria, reunimos alguns momentos marcantes em que ela mostrou como o preconceito pode ser pior e mais violento que a bruxaria retratada na sua obra.
Ao responder diversos seguidores no seu perfil no X (antigo Twitter), a escritora comentou o tweet feito por um usuário da plataforma que dizia: "Esperando que Daniel [Radcliffe] e Emma [Watson] lhe deem um pedido público de desculpas, sei que você os perdoará", fazendo referência ao fato dos protagonistas de "Harry Potter" terem assumido uma postura pró-pessoas trans após posicionamentos preconceituosos da autora que escreveu os livros que basearam os filmes estrelados por eles.
Então, ela rebateu: "Celebridades que aderiram a um movimento que pretende erodir os direitos duramente conquistados pelas mulheres e que usaram as suas plataformas para aplaudir a transição de menores podem guardar as suas desculpas para os 'destransicionários' traumatizados e para as mulheres vulneráveis que dependem de espaços do mesmo sexo".
Em outro momento, ela simplesmente negou o fato de mulheres trans serem mulheres ao responder um tweet feito por um internauta com uma placa fazendo essa mesma afirmação. Na época, Rowling escreveu um simples "não", mostrando que não concordava em enxergar mulheres trans em pé de igualdade com indivíduas cisgênero.
Ela também fez questão de apoiar publicamente um homem gay que fazia discursos abertamente transfóbicos, que o levaram a ser banido do X (na época, ainda intitulado Twitter), por um tempo. "Bem-vindo de volta", celebrou ao comemorar o retorno do rapaz que já teve falas polêmicas como: "Eu prefiro ter AIDs [a defender a comunidade trans]. Porque isso não castra meninos gays inocentes".
Rowling ainda saiu em defesa de uma colega que foi demitida por transfobia e ironizou as críticas que recebeu por apoiar a autora preconceituosa: "Agora que centenas de ativistas trans ameaçaram me bater, estuprar, assassinar e bombardear, eu percebi que esse movimento não apresenta nenhum risco às mulheres".
E, na verdade, a primeira grande polêmica da criadora da saga "Harry Potter" surgiu quando ela rejeitou o termo "pessoas que menstruam", utilizando por um jornal em uma manchete. A expressão se tornou conhecida por incluir homens trans e, também, o público que nasceu biologicamente como mulher, se define como outros gêneros além do cis e não tem ciclo menstrual por razões distintas.
"Se sexo não é real, a vivência de todas as mulheres no mundo é apagada. Eu conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo remove a capacidade de muitos discutirem a sua existência. Não é ódio falar a verdade", tentou justificar.
A britânica ainda detonou a Lei de Crimes de Ódio da Escócia, por conta da sua relação com a ativista trans Beth Douglas. "As mulheres não ganham proteções adicionais, é claro, mas a conhecida ativista trans Beth Douglas, queridinha dos políticos escoceses proeminentes, enquadra-se numa categoria protegida. Ufa!", disparou na época.
Em 2020, a autora ainda publicou um artigo no qual apontava o suposto aumento do número de pessoas que se arrependeram de realizar a transição sexual, sem apresentar uma relação entre esse grupo e a quantidade de pessoas trans que ficaram realizadas e adotaram um estilo de vida melhor após assumirem seu gênero.
"Estou preocupada com a grande explosão de mulheres jovens que querem fazer a transição e também com o índice de pessoas que estão fazendo o processo oposto (retornando ao sexo original) porque eles se arrependeram dos passos - incluindo alteração permanente dos seus corpos e infertilidade."