Gloria Pires e os diretores e produtores do filme "Flores Raras" participaram na manhã deste sábado (10) do tradicional debate que abre a programação de filmes do Festival de Gramado, um dos mais importantes prêmios do cinema brasileiro.
A atriz, que recebeu o Troféu Oscarito de melhor atriz na noite de sexta, dividiu a mesa com o diretor do filme Bruno Barreto e com o irmão do cineasta, Fábio Barreto.
Sobre o prêmio, ela comentou: "Eu sabia que o filme estaria aqui, mas foi uma surpresa mais do que agradável estar aqui para receber o Oscarito também. Nós formamos um clã de cinema na nossa família, e foi meu pai que começou essa tradição. Por isso esse prêmio é tão especial", disse Gloria.
O filme "Flores Raras" se passa na década de 1950, quando a poeta Elizabeth Bishop interpretada por Miranda Otto, está em busca de algo que a motive e resolve partir para o Rio de Janeiro. Ela se hospeda na casa de uma amiga da faculdade, Mary (Tracy Middendorf), que vive com a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares (Glória Pires). Logo, Elizabeth e Lota se apaixonam. As duas atrizes protagonizam cenas íntimas no filme.
Acompanhando esse romance em uma época conservadora, o filme, para Gloria, não é especificamente sobre homossexualidade, mas tem a missão de sensibilizar as plateias sobre o tema. "Esse filme chega quando o assunto está em alta. Espero que ele ajude o público a encarar a homossexualidade de forma normal", afirmou ela.
No longa do diretor Bruno Barreto, a homossexualidade é fortemente permeada pela poesia de Elizabeth Bishop.
Na pré-estreia do longa, o diretor afirmou que o trabalho da poeta não foi o norte da produção. "Primeiro eu construí a dramaturgia do roteiro. Depois, procurei formas de colocar a poesia nele. São linguagens diferentes. Não queria que a poesia ficasse chata quando traduzida para o cinema".