A decisão de furar ou não a orelha do bebê é uma polêmica entre as mães. Tanto que Virgínia Fonseca foi alvo de críticas ao decidir colocar brincos na filha Maria Alice. O que pouca gente sabe é que o mercado oferece diversas técnicas que fazem com que a experiência de furar a orelha não seja invasiva para a criança, com destaque para o furo de orelha humanizado – método escolhido pela influenciadora.
Referência na técnica, a enfermeira obstetra e esteticista Jaqueline Luquini explica que o furo humanizado combina diversas ações para um procedimento sem traumas para o recém-nascido.
"Pomadas anestésicas e técnicas de acupuntura, por exemplo, compõem a técnica, assim como há um cuidado na biossegurança para garantir um procedimento seguro", diz a especialista, que também é bodypiercer.
"Muitas mamães temem o momento de furar a orelha do bebê, por medo de verem os filhos sofrerem. É um medo justificável, pois há até pouco tempo, as crianças já saíam do hospital ou da maternidade de orelha furada, ou eram levadas até uma farmácia que fura orelha para realizarem o procedimento e as lembranças não eram nada boas – fora o risco de infecção", acrescenta.
A enfermeira pontua que a tradicional pistola, além de ter a força bruta como característica, também emite um som alto e incômodo para os bebês, que têm um aparelho auditivo ainda sensível.
"É uma técnica arcaica, que não é mais recomendada, pois além de invasiva pode gerar riscos de contaminações, inflamações ou mesmo de o furo sair torto. O ideal é procurar profissionais da saúde capacitados e especialistas na colocação dos brincos", recomenda.
Além do cuidado em procurar o profissional capacitado, a enfermeira destaca que é importante que o bebê esteja vacinado contra o tétano. Por isso, o furo na orelha só é recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) após a criança completar dois meses de vida.
"Alguns pediatras liberam o procedimento antes deste período, entretanto é papel dos pais buscar essa orientação com a pediatra que acompanha a criança", alerta Jaqueline Luquini.
Quanto ao tempo correto de furar a orelha, a especialista explica ainda que o furo não deve ser feito assim que a criança sai do hospital. Isso porque antes dos 15 dias de vida, os bebês ainda estão adquirindo anticorpos e o lóbulo da orelha está em processo de formação.
O material do brinco também é importante para diminuir o risco de intercorrências. De preferência, o primeiro brinco do bebê deve ser de ouro puro ou aço cirúrgico para evitar alergias: "Brincos que tenham níquel na composição devem ser evitados, pois geralmente eles geram irritação".