Nessa reta final da novela "Éramos Seis" , Isabel (Giullia Buscacio) vai passar por maus bocados pelo namoro com Felício (Paulo Rocha). O advogado vai abrir mão de tudo e fugir com a única filha de Lola (Gloria Pires) depois que sua ex-mulher, Zulmira (Luciana Braga), armar um barraco na casa da matriarca dos Lemos. Ao Purepeople, a jovem atriz lamenta que apontem o dedo para sua personagem na ficção. "Acho uma pena ela não poder viver esse amor por causa do julgamento dos outros. E é mais triste ainda pensar que, nos dias de hoje, ainda temos pessoas que sofrem julgamentos por causa de quem elas amam", opina.
Aos 23 anos e em seu nono trabalho na TV, Giullia espera ver um desfecho positivo de sua Isabel com ou sem o desquitado. "Eu torço muito para Isabel ter um final feliz, com ou sem o Felício. Ela é uma menina que merece isso", afirma a intérprete da sobrinha de Clotilde (Simone Spoladore), cujo desfecho foi antecipado pelo site no mês passado. Assim como a colega de elenco, a jovem atriz recebe do público um feedback positivo para Isabel e Felício. "Vejo que tem uma torcida grande pela Isabel e Felício. Pessoal diz que eles não podem desistir desse amor por causa da opinião dos outros. Vamos ver o que nossa autora (Angela Chaves) está preparando para a gente", conta.
Nascida na Ilha da Madeira e já vista em novelas como "Novo Mundo" (2017), Giullia comemora poder levantar o amor de uma jovem com um homem desquitado na história ambientada dos anos 1980. "Acho muito interessante a abordagem desse tema. Essa novela é muito delicada e, ao mesmo tempo, trás muitas reflexões. Estamos contando uma história que se passou há 80 anos, mais ou menos. A mulher ficava mal vista por se envolver com aquele homem... Mas e o homem?", questiona. "Era uma sociedade muito machista e ainda vivemos numa. Evoluímos, demos alguns passos, mas, ainda nos dias de hoje, as mulheres continuam sendo apontadas. Não por esse motivo mais, mas por outros. Vale a reflexão do quanto que caminhamos e do quanto que precisamos caminhar ainda", completa.
Na quinta versão do romance de Maria José Dupré (1943), o namoro de Isabel com Felício fez a jovem encarar o irmão mais velho, Carlos (Danilo Mesquita), e ofender a mãe, o que lhe custou um tapa na cara dele. "Foi uma cena forte, que exigiu muita concentração. Temos tido muitas cenas boas em 'Éramos Seis'. Fiz essa, tivemos a morte do Carlos, que foi uma sequência muito difícil e emocionante. Quando se trata de assuntos familiares, realmente é algo difícil de se tocar, acho sensível", destaca. E Giullia garante nunca ter enfrentado uma situação semelhante a de Isabel por conta de um namoro. "Não! Meus pais são muito parceiros. Nem um pouco controladores. Não fazem aquela linha de impor o desejo deles. Eles gostam mais de conversar, de trocar com a gente. Nunca passei por uma situação como essa", assegura.
(Por Guilherme Guidorizzi)