Em produção há 20 anos, "Chatô, o Rei do Brasil" teve o seu primeiro trailler divulgado neste domingo (17). Autor do livro que inspirou o longa-metragem, o escritor Fernando Morais compartilhou o vídeo em seu perfil no Facebook, e fez elogios a Guilherme Fontes , diretor do longa que tinha prometido o lançamento para 2014.
"Tenho más notícias para os coleguinhas que urubuzaram o Guilherme Fontes nos últimos anos: o filme "Chatô, o Rei do Brasil" está pronto. Quem viu disse que é o máximo. Para quem não viu, aqui vai, com exclusividade e em primeiríssima mão (com cacófato), o trailer ainda sem finalização", noticiou ele na rede social. A divulgação chegou um dia depois de o Ministério da Justica classificar o filme para maiores de 14 anos.
Guilherme Fontes sofreu processo por desvio de verba
Entre 1995 e 1999, Guilherme começou a recolher o dinheiro para a produção do longa que fala sobre a vida do magnata das comunicações Assis Chateaubriand, mas o ator foi acusado de desvio de verbas e o filme não foi concluído.
Em entrevista ao Purepeople em abril do ano passado, ele prometeu lançar o longa no mesmo ano. "Está quase lá! Mas dessa vez vai... Estou fechando com uma agência de distribuição e só falta definir a data correta de lançamento", contou ele na ocasião.
Ator conseguiu autorização para captar R$ 12,5 milhões para fazer 'Chatô'
O filme começou a ser produzido ainda nos anos 1990, quando Guilherme conseguiu autorização do Ministério da Cultura para captalizar R$ 12,5 milhões através da Lei Rouanet. Protagonizado por Marco Ricca, no papel do empresário Assis Chateaubriand (responsável por trazer a TV ao Brasil), e roteiro baseado no livro de Fernando Morais, as filmagens começaram em 1999, mas logo surgiram suspeitas de que Guilherme não prestou contas que envolvem a produção do filme. Isso levou o orgão governamental a interromper o repasse de recursos e a produção foi parada.
Três anos depois, as filmagens recomeçaram, mas o filme continuou engavetado. Foi quando Guilherme virou alvo de processos de sonegação fiscal e de ações para devolução do dinheiro, como o do Tribunal de Contas da União, que o condenou a pagar R$ 80 milhões. O ator, porém, constestou a decisão: "É muito triste e incompreensível".
Ator negou desvio de dinheiro e reclamou: 'Estão de má fé'
"Eu durmo tranquilo porque nunca desviei um real", disse Guilherme em entrevista à revista "Shape" no início do ano. Ao Purepeople, ele, que voltou à TV no papel de Flávio, par de Heloísa (Flávia Alessandra) em "Além do Horizonte", ainda reclamou de ter sido injustiçado. "O que esperar do Brasil de hoje? Alguns funcionários públicos de passagem nos governos são verdadeiros monstros com a caneta na mão". E concluiu: "A Ancine (Agência Nacional de Cinema) e seu presidente estão de má fé comigo desde 1995", contou o ator, que nesse período se separou da mulher, Patrícia Lins e Silva.
O filme "Chatô" tem Andrea Beltrão, Paulo Betti, Leandra Leal, Eliane Giardini e Gabriel Braga Nunes no elenco. A data de lançamento ainda não foi comunicada.