A edição londrina do festival internacional dedicado a exaltar a cultura negra começa neste sábado (1). O Afropunk é conhecido por ter looks estilosos acompanhados de cabelos e maquiagens mais elaborados. Diferentemente do que foi visto no Coachella, as tendências da última edição do festival, que aconteceu no final de agosto no Brooklyn, contam com referências à arte e ao folclore africano. Além das box braids, popularmente conhecidas como trança nagô no Brasil, as mulheres que estiveram presente no Afropunk abusaram da criatividade e se aproveitaram dos acessórios para enfeitar a cabeça como autênticas fashionistas.
O corte clássico é um ato de resistência e histórico por ter sido um marco na luta contra o racismo no final da década de 60 e início da de 70. Com volume abundante, que pode ser alcançado com a ajuda de uma tesoura, o black power marcou presença no evento e ganhou evidência quando combinado com o hit do movimento hippie, que aconteceu na mesma época. As flores ornaram o cabelo de uma maneira diferente ao não serem montadas no estilo tiara e sim, espalhadas livremente pelos fios. O turbante, outro acessório significativo para a cultura negra, também foi uma das tendências do Afropunk, aparecendo sempre com muita cor e com estampas étnicas.
Crespo, cacheado, liso ou ondulado. Independente do estilo do cabelo, as mechas coloridas estão super em alta e o evento ajudou a comprovar isso. De diferentes tonalidades, os fios brincavam com a cor ao expressar sentimentos e dando vida ao visual com tons vibrantes. Muitas vezes, o penteado ganhava um estilo diferenciado com um degradê e a utilização de materiais coloridos traziam charme às tranças e dreads. Eleitas como as cores do ano, o verde e o ultra violet foram os tons que mais marcaram o festival quando o assunto é cabelo, mostrando que as tendências estão sempre associadas ao street style.
Além da "no makeup", que busca realçar a beleza natural ao utilizar produtos de cobertura leve, a maquiagem artística foi tendência no Afropunk. Muito disso pode estar relacionado a cultura africana, que utilizava a pintura facial como uma forma de se expressar, para reconhecer tribos. Apesar de muitas seguirem os modelos históricos tradicionais, outras acabaram modificando e deixando a arte no rosto mais contemporâneas ao apostar em traços mais modernos complementados por brilhos, mas que também fugiam da make social tradicional.
(Por Fernanda Casagrande)