Luiz Felipe Scolari foi o primeiro convidados do novo "Fantástico" neste domingo (27) e falou sobre vários temas durante a entrevista liderada pelos apresentadores Tadeu Schmidt e Renata Vasconcellos. Diante do tema polêmico envolvendo o lateral-direto do Barcelona, o jogador brasileiro Daniel Alves que foi alvo de racismo no último jogo do clube catalão, Felipão opinou sobre racismo no futebol.
"Nós temos um evento da Fifa e a ideia principal é que a gente sempre combata o racismo no futebol. Eles vêm combatendo há muito tempo. Eu tenho uma ideia clara sobre isso e já explanei. Eu acho que a gente deve combater, deve falar, sim, mas não se deve dar a ênfase que essas pessoas estão recebendo. Eu acho que essas pessoas que tomam atitudes racistas estão querendo ser mencionadas, querem aparecer", declarou o técnico, durante a entrevista realizada dias antes do episódio envolvendo o jogador baiano. Recentemente, o craque Neymar também foi vítima de preconceito após um jogo na Espanha.
"E, aliás, racismo no Brasil é uma aberração. Porque não existe um país com mais raças interlaçadas que a nossa, o nosso país. Acho um absurdo. Eu acho que a gente dá muita ênfase, mas é uma ideia minha e é uma opinião que eu tenho e muitas vezes eu sou contestado por colocar uma opinião do que eu penso", explicou.
Bem à vontade, ele afirmou que não sente o peso de ser treinador da Seleção e que ainda não pensa em aposentadoria. "Minha mulher não me quer em casa. Futebol é parte da minha vida. Vou ver o que vai acontecer e depois vou decidir. Desde que comecei a jogar futebol (em 1967), desde aquela época até esse momento, eu tive uma vida repleta, 99,9% da minha vida completa através do futebol. Então, o que vai me dar mais alegria? Continuar trabalhando dessa forma, viver a minha vida que tenho vivido todos esses anos com alegria e mostrar ao público que ser o treinador da Seleção Brasileira nesse momento não é um peso, é bom".
Na semana passada, Felipão confirmou os nove jogadores já convocados para a Copa do Mundo, entre eles Thiago Silva, David Luiz, Julio Cesar, Fred, Ramires, Oscar, William, Paulinho e Neymar. Questionado se Neymar será o nome da Copa, ele afirmou: "Eu acho que pode ser, sim. Se nós queremos ser campeões e um dos nossos melhores jogadores é o Neymar, é porque ele, provavelmente, vai fazer a diferença".
Com humor, ele ainda falou se vai liberar sexo na concentração. "Eu acho legal. Mas veja bem... Eles estão concentrados, fica um pouco mais difícil. Acho que não tem com quem fazer", brincou o técnico, arrancando risos da equipe.
Felipão demonstrou certa preocupação com relação à preparação para a realização do mundial no Brasil, mas está otimista. "Nós podíamos ter aproveitado melhor sete anos que tivemos para a montagem de tudo que precisávamos: aeroportos, estradas, educação, uma série de detalhes. Perdemos tempo e não vamos ter mais tempo. Também acho que um dos legados que nós podemos ter, em relação principalmente ao estrangeiro, é a vinda desse pessoal e a forma, cordialidade, como nós recebemos os turistas e trabalhar em cima do turismo pro futuro".