No ar como o cabeleireiro Nick em "O Outro Lado do Paraíso", Fábio Lago comemorou o sucesso de seu papel na novela de Walcyr Carrasco. Para o trabalho, o ator radicalizou e adotou mega-hair. "O personagem caiu na boca do povo, Graças a Deus. Ele é um personagem que parece ser simples, mas é muito complexo. Ele é cheio de detalhes, de referências, de trejeitos. Ele é um personagem que tem profundidade e conseguimos trabalhar os dramas pessoais dele e fugimos do frufru. E é uma batalha. A novela é longa, cheia de mudanças. Agora estou com três blocos de mudanças. Muitas mudanças, só coisas boas. A novela agora pegou um fluxo bom", disse ao Purepeople durante a gravação do DVD "Proparoxítona", na Jeunesse Arena, Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, no último sábado (2).
Fábio falou também sobre a relação de Nick com Odair (Felipe Titto), seu novo ajudante no salão Star Beauty. "Ele não foi contratado pelo profissionalismo, foi pelos atributos físicos do Odair. O meu personagem é muito solitário. Ele tem muitas dores de amores do passado. Ele é bem-sucedido no trabalho, mas muito infeliz na vida pessoal e o Odair acende novamente essa luz. Que é muito de parceria. Ele se torna um cara confiável que sai do campo da paquera. Eles criam uma relação de amizade, afeto, empregado patrão, que foge do sexual ou amoroso. O Odair foi contratado pelo corpo sarado, mas existe um respeito muito grande. O Odair permite que o outro se apaixone, mas sem uma cobrança de nada", analisou.
Questionado se quer que Nick – que não será mais tão bonzinho com as vilãs e se aproximará de Clara (Bianca Bin) na segunda fase do folhetim – tenha algum romance, Fábio respondeu: "Eu gostaria que ele tivesse um romance. Ele traz uma gama de pessoas muito próximas a mim que sofrem exatamente como ele. Pessoas de 50, 60 anos homossexuais que não tem mais a beleza da juventude na pele, o chamariz do corpo, e sofrem muito com o estar sozinho. Às vezes eles até buscam um garotão para preencher esse vazio, essa falta de afeto do dia a dia. Torço muito que tenha alguém que se encante pelo Nicácio ele consiga criar uma relação de afeto. É quase um grupo não falado da comunidade LGBT: os mais velhos. Conheço a história de um professor que foi encubado muito tempo. Casou, teve três filhos, foi muito bem-sucedido na cidade dele e depois da separação da esposa e o momento mais livre que vivemos, saiu do armário. Ele foi demitido de todos os empregos, os filhos o abandonaram, e ele se enforcou. Tem muita gente que quer ser, que quer se assumir, que quer viver sua plenitude, mas a sociedade não está preparada para acolher essas pessoas. Estou torcendo para que tenha esse romance focado no afeto. Não um romance sexual. Meu personagem vai mais para o lado do afeto."
(Com apuração de Patrick Monteiro e texto de Patrícia Dias)