A participação de Ana Furtado no "Mais Você" desta segunda-feira (1) deixou Ana Maria Braga e os telespectadores bastante emocionados. No matinal, a apresentadora iniciou as entrevistas sobre o Outubro Rosa e falou sobre seu tratamento contra o câncer de mama. No bate-papo, a mulher de Boninho contou que não cogitou usar peruca e explicou que o visual com franja é devido a queda de cabelo gerada pela crioterapia. "É uma touca que chega a - 4ºC. Eu ficava uma média de 5h, 5h30 e é uma dor brutal", recordou. Segundo Fernando Maluf, seu médico oncologista, a tecnologia é eficaz na prevenção dos fios, mas não possui 100% de sucesso. "Tanto que eu perdi 30% e estou subindo pros 40% de perda de cabelo. Eu não teria problema nenhum em ficar careca, teria orgulho em mostrar e continuaria fazendo parte desse exército de mulheres guerreiras, mas como também trabalho com imagem, fiz o uso da touca. Mas perdi cabelo na lateral, na frente, na nuca. Por isso fiz a franja", acrescentou Ana.
Ana também reforçou a importância do autoexame e revelou que foi durante o banho que iniciaram as suspeitas do câncer. "Faço autoexame no banho e sempre avalio minhas mamas em frente ao espelho para ver se tem algum tipo de deformidade ou coloração diferente. O toque é muito importante. Os toques na mama, circulares, vê se sai algum tipo de secreção e também apalpar a axila. Sempre fui muito atenta e descobri exatamente esse tumor, esse danadinho, no autoexame durante um banho. Ele era muito palpável, presente, do tamanho de um botão pequeno. Ele era muito externo e começou a me preocupar porque eu sabia que tinha cisto em ambas as mamas, mas nunca tão visível", frisou.
Após seis sessões de quimioterapia, agora a artista está dando inicio às medicações. Na conversa, Fernando Maluf contou as etapas nas quais Ana Furtado passou desde a descoberta. "Ela se serviu da melhor tecnologia possível. Começou o tratamento com uma cirurgia minimamente invasiva, muito menor das que foram feitas no passado, com resultado estético incrível e ela não precisou remover os gânglios da axila. Depois, ela fez uma série de testes moleculares e genéticos, porque cada tipo de câncer é um tratamento específico. Os testes avaliam se o tumor se alimentam de hormônio, se tem moléculas de agressividade para gente poder escolher o tratamento personalizado. Ela precisou fazer a quimioterapia moderna e fez a touca, que é outra estratégia para evitar a queda do cabelo", disse o Doutor.
O médico oncologista ainda distribuiu elogios à positividade da paciente: "Uma parte linda de cuidar de pessoas é que a gente aprende. A Ana, acho que ela representa as mulheres com câncer de mama. Durante todo esse processo ela foi humilde, alegre, foi grata às pessoas do hospital que cuidaram dela. Na foto em que ela faz seis (última quimioterapia), teve uma festa para ela, de coração, de troca, de 'obrigado por nos tratar tão bem'. E a Ana também é gentil com o médico. Eu falo com ela e ela me liga pra saber se eu estou bem. Então, acho que ela, como tantas outras mulheres que passam por isso no país, é um bom exemplo de que no processo de cura, fora das tecnologias, a parte do paciente é fundamental para virar esse jogo. Ela é um exemplo pro time que cuidou dela e pros outros pacientes no processo de cura. Uma inspiração para nós e por país".
(Por Rahabe Barros)