Bruna Marquezine é uma das famosas que se posicionaram abertamente nestas eleições e defende a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do Partido dos Trabalhadores. Apesar de ter gerado polêmica com a opção política, a atriz revelou, em entrevista à revista Veja, que não se importa com os ataques dos haters e quer utilizar seu alcance para provocar reflexões na sociedade.
"Tem uma frase que adoro: 'Preocupar-se em perder seguidores em momentos críticos como esse, é como se preocupar se a calcinha está aparecendo no meio de um incêndio'", disparou Bruna. "Daqui a dez anos, vou ter orgulho de ter me calado (politicamente) por medo de perder contrato ou seguidor? Ou vou ter orgulho de tudo que fiz de relevante à sociedade? Quero cumprir meu papel de artista, porque todo artista tem um papel social", completou a estrela de "Besouro Azul".
Crítica do atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, Bruna conta que aconteceram coisas que a entristeceram profundamente nos últimos quatro anos e revela o que espera do próximo presidente. "É impossível falar de Brasil e não falar da Amazônia, me dói ver números do desemprego... É uma longa lista de coisas que a gente espera que o próximo governo repare. E é difícil fazer em quatro anos, mas que, pelo menos, comece! Na área da cultura, me dói, num momento tão feliz da minha carreira, ver tantos amigos frustrados, sem incentivo algum", lamentou.
Ainda em entrevista à revista Veja, Bruna revelou como enxerga os artistas que preferem não se posicionar sobre política. "A arte é política, os artistas têm o dever de refletir a era em que vivem. Arte é manifestação política. Eu entendo o valor do entretenimento, mas há de se levantar bandeiras, ir além. Por outro lado, muitas vezes as pessoas não falam, porque não sabem nada. Então é melhor que se calem, do que falar besteira", concluiu.
Bruna ainda refletiu sobre o reconhecimento dos seus privilégios, exercício que foi essencial para que ela decidisse se posicionar politicamente. "Eu sei que venho de um lugar privilegiado. Mas a verdade é que esses quatro anos foram terríveis para o Brasil. Só que não posso dizer que foram terríveis para mim, pessoalmente. E a gente não pode votar só pensando nos nossos interesses, mas nas pessoas que estão passando fome, nas que são mais afetadas com tudo isso", pontuou.
Por fim, Bruna explicou por que decidiu declarar voto em Lula. "Hoje, é muito claro, nas pesquisas, que essa terceira via não vai ao segundo turno. Sabendo disso, em hipótese alguma, voto ou votei no Bolsonaro. A gente precisa fazer o que for necessário para tirar essa pessoa do poder. A única pessoa que pode fazer isso é o Lula", finalizou.