Faltando poucos dias para o início da Copa do Mundo 2022, a FIFA enviou um comunicado às seleções proibindo qualquer tipo de manifestação política durante a competição. O comunicado vem sendo rebatido por algumas seleções, que estão fazendo protestos pelos direitos humanos nas partidas.
Algumas seleções já se manifestaram contra a violação dos direitos humanos de alguns trabalhadores em obras dos estádios. Segundo um levantamento, mais de 6 mil morreram na construção da infraestrutura do Mundial. Veja, abaixo, a lista de protestos mais marcantes durante a primeira semana de Copa do Mundo 2022.
A Alemanha fez sua estreia na Copa do Mundo 2022 nesta quarta-feira (23) contra o Japão. Apesar da derrota, o time foi destaque na partida. Isso porque, antes do jogo começar, os atletas alemães posaram para a foto oficial colocando a mão na boca.
A pose foi em protesto pela FIFA ter proibido o uso de braçadeira de capitão em homenagem à comunidade LGBTQIA+. A imagem do momento não foi transmitida pela FIFA.
Na segunda-feira (21), foi a vez dos jogadores do Irã protestarem em prol das mulheres. Os atletas não cantaram o hino do país na partida contra a Inglaterra. O gesto foi em solidariedade aos protestos que vêm acontecendo no Irã desde setembro deste ano.
As manifestações no Irã começaram após Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos, ser presa e morta pela "polícia moral" por ter deixado alguns fios de cabelo à mostra por descuido no hijab. O caso repercutiu no mundo inteiro.
Além disso, iranianas que estavam na Copa do Mundo 2022 torceram contra a seleção, assistindo à partida na torcida da Inglaterra. Durante o protesto no hino, algumas se emocionaram.
Na mesma partida, a seleção da Inglaterra também fez alguns protestos. Proibido de usar uma braçadeira em apoio à causa LGBTQIA+, Harry Kane utilizou uma com a frase "sem discriminação".
Além disso, os jogadores ingleses se ajoelharam antes do início do jogo em protesto contra o racismo.
Os jogadores da Dinamarca entraram em campo contra a Tunísia, na terça-feira (22), com uma camisa monocromática, escondendo o escudo e o patrocinador da equipe.
O uniforme tem como objetivo "não estar visível durante torneio que custou a vida de milhares de pessoas". Um protesto claro contra a realização da Copa do Mundo 2022 no Catar. O uso da camisa havia sido proibido pela FIFA, mas não foi obedecido pela seleção.