Cauã Reymond encara com naturalidade as cenas de sexo ao lado de Matheus Nachtergaele no filme "Piedade", de Cláudio Asis, com estreia prevista para o próximo ano. "É bem hard core. Acho legal contar uma história mais erótica. Não tive pudor nenhum", afirmou o ator em entrevista ao colunista Bruno Astuto, da revista "Época". Na hora de aceitar os trabalhos na telona, o namorado de Mariana Goldfarb é seletivo. "Recebo muitos convites, mas só aceito aqueles que subvertem os personagens que me oferecem nas novelas", contou.
Ainda em conversa com a publicação, Cauã opinou como analisa o rótulo de símbolo sexual. "Fico lisonjeado, mas não acordo pensando nisso. Sei que meus personagens ajudam a preencher esse posto. E é bom penetrar nesse imaginário do público, levar a pessoa para a fantasia", apontou o ator, confirmado no elenco da série "Ilha de Ferro", na qual vai formar um triângulo amoroso com Sophie Charlotte e Maria Casadevall. "Mas eu sou desconfiado. Tenho mais facilidade para ouvir uma crítica do que para aceitar, de coração, um elogio. Acho que é uma forma de eu me proteger", analisou.
Diferentemente de Rodrigo Santoro, o ator não pretende fazer carreira no exterior. Pelo menos por enquanto. "Se eu fizesse um filme que cruzasse a barreira, como ele fez com Walter Salles e tal, não veria problema. Mas eu tenho uma filha pequena. E eu não teria como passar tanto tempo me dedicando a morar fora, correndo atrás, como Alice Braga e outros fazem, porque a paternidade preenche um lugar especial na minha vida", disse se referindo à pequena Sofia, de 5 anos, a quem não incentiva a ser atriz.
Ao ser questionado se está otimista para o futuro do Brasil, Cauã foi enfático. "Fico muito preocupado, tentando entender como serão as eleições no ano que vem. Sou medroso para falar sobre política. Normalmente, eu me inclino mais às questões ambientais. Essa coisa de ator defender candidato, deixa as pessoas com muita raiva. Não sou pessimista, torço para que mudem as coisas", afirmou. "Mas eu estou num lugar privilegiado e preciso ser cuidadoso. Trabalhei muito pela minha carreira, mas muita gente também trabalha e nem por isso está na mesma posição", acrescentou o ator, vítima de bullying na época de escola e de assédio sexual em ônibus, aos 13 anos.
(Por Guilherme Guidorizzi)