Cate Blanchett chega, neste mês, aos cinemas em mais um filme. A atriz interpreta a madrasta do live action de "Cinderela", que conta com Lily James no papel principal. Em entrevista à revista "Claudia", ela falou sobre viver uma vilã no conto de fadas e como concilia a vida de mãe, mulher e artista.
"É sempre fabuloso ser malvada. Mas quis mesclar momentos de leveza e outros de extrema crueldade. Porque a madrasta, claro, tem muita inveja da Cinderela. E inveja entre as mulheres pode ser terrivelmente feia", comentou Cate, que surgiu na pele da madrasta no trailer do longa da Disney.
A atriz conta que um das coisas que mais a atraiu em "Cinderela" foi a presença de tantas personagens fortes em uma única história. "É raro. Por isso, era importante para mim a história se apoiar em uma Cinderela que tem força e alma", afirmou ela. Neste mês, ela lançou o longa em Los Angeles com a presença de Hacker Jason Priestley e Ian Ziering, que interpretaram Brandon e Steve na série dos anos 90 "Barrados no Baile"
Atriz fala sobre mulheres em filmes de aventura: 'Fantástico'
Cate levanta bandeiras da causa feminista e acredita que uma mulher estar à frente de um filme de ação ajuda na conscientização do tema. No entanto, ela não acha que todas as protagonistas precisam saber atirar e lutar, por exemplo.
"Acho fantástico que garotas estejam no centro de filmes de ação e aventura, mas não precisa ser um único estilo. Kenneth Branagh se refere à bondade como um superpoder. Acho inteligente isso. Mas ele tenta deixar claro que, naquele mundo, há divisão entre os sexos", disse Blanchett.
"Senão, por que a madrasta não tem mais autonomia? Ela é do tipo que se liga a homens para proporcionar às filhas chances na vida – e, para conquistá-los, finge ser quem não é. A Cinderela não, tem personalidade, é ela mesma. Existe no filme esse conflito entre dois jeitos tão diferente de mulher", comentou a atriz.
'Você vai errar, de qualquer forma', diz Cate Blanchett sobre criação dos filhos
Cate Blanchett é do tipo que se doa ao trabalho, mas também sabe conciliar com a educação dos três filhos Dashiell, de 13 anos, Roman, de 10, e Ignatius, de 7, frutos do casamento de 18 anos com Andrew Upton. "Tento fazer o melhor possível. Todo pai e toda mãe, constantemente, acham que estão falhando. Se você dedica aos filhos, pensa que não está dando a atenção devida ao trabalho. Se anda se voltando para a carreira, acredita que tem deixado as crianças desprotegidas. É a vida! Você vai errar, de qualquer forma. Então, resta fazer o seu melhor", conta ela.
Acostumada a ter filhos homens, Cate acaba de adotar uma menina, para a qual escolheram o nome de Vivienne. Com isso, ela e o marido entram para a lista dos famosos que optaram pela adoção. Na entrevista, ela falou sobre o discurso de Emma Watson contra o machismo e contou que conversa bastante com os filhos sobre como os homens podem ajudar a acabar com isto.
"Converso, por exemplo, sobre o rap. Mostrei a eles o antigo, que era bem político, com motivações sociais, e o rap comercial de hoje, que se resume a quantas 'vagabundas' o cara pode pegar. Falei que o modo como as mulheres são chamadas nas letras ficou sexualizado. Somos tratadas como objetos. Claro que reviram os olhos, mas espero que entre algo na cabeça deles. Não quero que meus meninos sintam-se culpados por sua masculinidade, mas devem ser conscientes do que está por trás daquilo vendido a eles", finalizou Cate.