Há uma semana, Paulo Roberto Braga, 68 anos, foi levado a uma agência bancária e no local constatada sua morte em um caso chocante. Na mesma terça-feira (16), sua sobrinha Érika de Souza Vieira Nunes, 42 anos, acabou presa acusada de vilipêndio de cadáver e fraude - a cabeleireira tentou sacar R$ 17 mil de um empréstimo do idoso, que não deixou filhos e vivia em uma casa bastante simples de Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro, mesmo local de sua morte.
Nesse mesmo dia, a mulher agredida no final de semana na cadeia por outras detentas prestou depoimento na 34ª DP, de Bangu, por volta das 21h30. E o documento pode mudar os rumos da investigação, pois relata que Érika estava sob o "efeito de medicação de uso controlado", de acordo com "O Globo".
O documento descreve ainda uma Érika com o "emocional abalado". "Reflexos desestabilizados e sem controle normal de seus sentidos devido aos efeitos da medicação", prossegue o relatório.
A família da cabeleireira já afirmou que a mulher chegou a ser internada por conta de problemas psiquiátricos e depende de medicamentos, mas mesmo assim era quem mais cuidava de Paulo. A defesa além de agir após a agressão à cliente relatou diagnóstico de depressão há dois anos e "uso excessivo de hipnóticos".
A sobrinha de "tio Paulo" chegou a negar a morte do idoso antes de sua chegada ao banco. Testemunhas reforçaram ter visto o homem vivo, mas em momentos anteriores dele entrar na agência. Até agora, o IML não conseguiu precisar a hora do óbito, e o Samu apontou até duas horas antes de ser acionado, enquanto um importante detalhe indica que a morte tenha ocorrido com Paulo deitado e não sentado.
Essa suspeita é reforçada por imagens das câmeras de segurança que mostram o momento em que Paulo Roberto, aparentemente morto, entra no banco em uma cadeira de rodas empurrada pela sobrinha.