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Quitéria Chagas não conteve a emoção ao cruzar a Marquês de Sapucaí pela última vez. Há duas décadas no samba, a rainha de bateria da Império Serrano se despediu do cargo e da folia já na manhã deste sábado de carnaval (22). "Estou muito emocionada. Aqui e agora na Sapucaí está passando um filme na minha cabeça. Sei das dificuldades do Império e estou vindo com um espírito de superação", afirmou. A tradicional agremiação da Serrinha (Zona Norte do Rio) foi rebaixada em 2019, ano no qual Quitéria desfilou com fantasia feita com penas albinas.
A ex-assistente de palco de Gugu Liberato, morto em novembro após acidente doméstico, acrescentou: "Quero dar de tudo e fazer o meu melhor. Não quero decepcionar a comunidade". A Império encerrou os desfiles da primeira noite da Série A - neste sábado, mais escolas desfilam pelo sambódromo. Já aposentada, contou que sofreu uma lesão no ligamento do joelho. "Sofri o acidente no fim do mês passado, mas escondi isso porque não queria que ninguém se preocupasse comigo. Falei 'eu vou' e consegui", acrescentou com lágrimas nos olhos em entrevista para a TV Globo. A cabeça da fantasia da musa tinha um metro e meio só de cabelo.
No enredo "Lugar de mulher é onde ela quiser" de Júnior Pernambucano, Quitéria representou a Mulher Diaba, referência à professora defensora do direito feminino Leolinda Daltro, que viveu no século XX. "Ela foi muito questionadora e militante. O machismo ainda é forte demais na nossa sociedade. Porém a mulher não se cala, ela se posiciona. E eu já nasci com essa questão do empoderamento, aprendi com a minha mãe", afirmou a rainha, que ao longo do seu reinado, em 2018 cruzou a Sapucaí representando uma chinesa. Enquanto Quitéria se despede, em São Paulo, Viviane Araujo desfilou pelo 16º ano seguido representando a luxúria na Mancha Verde.
Tentando voltar ao Grupo Especial, onde não é campeã desde 1982, a verde e branca fez uma homenagem às mulheres. Dona Ivone Lara (morta em 2018), Neide Coimbra (ex-presidente da escola) e tia Maria do Jongo também foram lembradas, mas a agremiação sofreu com problemas. As baianas desfilaram sem as saias e os integrantes precisaram correr um pouco para não fazer a Império estourar o tempo máximo de desfile (55 minutos) - os dois problemas podem lhe custar pontos na apuração. Neste sábado, passam pela avenida Acadêmicos do Sossego, Inocentes de Belford Roxo, Unidos de Bangu, Acadêmicos de Santa Cruz, Imperatriz Leopoldinense (outra escola rebaixada em 2019), Unidos de Padre Miguel e Império da Tijuca. Na Quarta-feira de Cinzas acontece a apuração e somente uma, das 14, subirá para o Especial em 2022, enquanto as duas últimas cairão para a Série B.
(Por Guilherme Guidorizzi)