O Carnaval de 2022 no Rio de Janeiro, uma das cidades que, por enquanto, mantém confirmado o desfile de escolas de samba, pode não acontecer nas ruas da cidade. Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde, afirmou que a confirmação dos tradicionais blocos cariocas dependem principalmente de três fatores: o número de internações por Covid, a estabilidade de casos e os índices de vacinação.
"O Carnaval é uma festa importante, mas a prioridade sempre tem de ser a segurança sanitária", ponderou o secretário em conversa com o "Bom Dia Rio", da TV Globo. "A gente tem algo positivo: baixo número de pessoas internadas, zero óbito (...). Mas tem uma situação que é a nova variante. Se continuar a ter aumento de casos, vai ficar cada vez mais difícil", avaliou Soranz.
"Vamos continuar avaliando. Todos esses números serão colocados na mesa ao longo dos próximos dias para que a gente tome uma decisão com segurança", afirmou o secretário, que deve participar da reunião com o prefeito e os blocos nesta terça (4). Até os patrocinadores da folia, que gastaram milhões com a festa, são esperados na conversa.
Apreensivos, as associações de blocos de rua da cidade esclareceram que vão procurar priorizar a saúde da população.
"A gente não tem a expectativa de que eles [prefeitura] já tenham uma solução", afirmou Rita Fernandes, presidente da Sebastiana, a associação de blocos do Centro e da Zona Sul. "A gente sabe que tem de ter um acompanhamento da pandemia e isso exige tempo, e a gente precisa ouvir a ciência".
Mas, mesmo com a cautela na entrevista, Daniel Soranz deixou claro que não vê a epidemia de influenza como um problema a ser acrescentado à pandemia de Covid, uma vez, que segundo o secretário, o número de casos de gripe já "diminuiu 80%".
Em relação à ômicron, Soranz disse que os índices de imunizados na cidade são favoráveis, mas ainda é necessário reforçá-los.
"Hoje, a gente é uma das cidades do país que mais vacinou. Cerca de 30% da nossa população adulta tem dose de reforço. Os postos de saúde estão vazios, neste momento, para a dose de reforço. A gente precisa chamar a população e esta é outra variável que precisa ser avaliada neste processo", disse Soranz.