Túlio (Caio Blat) vai morrer torturado na supersérie "Os Dias Eram Assim", cuja estreia é nesta segunda-feira (17). Na trama, o ator dá vida um militante de esquerda responsável por recrutar jovens na luta contra empresas que apoiam a Ditadura. O rapaz acaba detido por jogar uma bomba em uma construtora. Quem também será acusado de subversão é Gustavo (Gabriel Leone), irmão de Renato (Renato Góes) e Maria (Carla Salle), e cúmplice de Túlio no ato.
Em conversa com a imprensa, Caio, que negou ter defendido José Mayer no assédio sexual à figurinista Su Tonani, será visto em apenas dois capítulos da supersérie, contou como será a morte do seu personagem. "O Túlio, um ativista político, levará choque, será espancado e afogado", antecipou o ator. Para gravar as sequências e se parecer com uma vítima do regime militar, o marido de Maria Ribeiro contou que ficou horas na sala de maquiagem, além de ter usado uma prótese. "Teve um trabalho muito grande de maquiagem. Foram horas colocando próteses e também combinar o efeito com a maquiagem, mas foi feito de forma muito precisa. Vai dar noção mais real às pessoas", disse.
O ator antecipou também como será a relação de Túlio com outros personagens. "Ele está partindo para ações a mão armada, e uso de bombas para protestar contra empresas que apoiam a ditadura. Ele não é tão jovem, é um cara um pouco mais velho que está levando jovens para o movimento estudantil e leva o personagem do Gabriel Leone para uma ação dessas", explicou. Além da Ditadura, "Os Dias Eram Assim" também vai abordar a infestação do vírus HIV através da personagem de Julia Dalavia. A trama reúne ainda Sophie Charlotte, no papel de Alice, vítima de armação de Vitor (Daniel de Oliveira).
Caio defendeu as produções que relatam os fatos ocorridos entre 1964 a 1985. "Até hoje tem pessoas que não entendem que isso aconteceu de forma sistemática. Tem gente que defende a volta da intervenção militar. É importante mostrar como isso é desumano, que a tortura é inaceitável, que aconteceu no Brasil e acontece até hoje", opinou. "Jovens ainda sofrem violência policial em bairros periféricos e no interior do Brasil. A tortura faz parte da nossa cultura, é preciso mostrar", finalizou o ator, protagonista da primeira cena de sexo entre dois homens na dramaturgia brasileira em "Liberdade, Liberdade".
(Por Guilherme Guidorizzi)