A estreia da nova temporada de "Amor & Sexo", que pretende valorizar o diálogo, trouxe Bruna Linzmeyer debatendo sobre orientação sexual. "Assumir a orientação sexual, publicamente, é um ato político?", questionou Fernanda Lima. A atriz, em um relacionamento com Priscila Visman, concordou com a frase e reprovou ser rotulada apenas como "lésbica e sapatão": "Eu acho que é um ato político. Porque eu, como mulher e dentro da caixinha que assumo eventualmente como mulher lésbica, como mulher sapatão... eu não sou só isso. Eu sou uma pessoa livre e, às vezes, nem tão mulher, eu sou o que eu quiser. Mas usar a palavra lésbica, a palavra sapatão, às vezes ainda soa muito mais como incômodo do que a palavra gay, que já está naturalizada. É para a gente poder falar sobre isso. É um ato político nesse sentido. É sobre falar sobre as caixinhas e depois sumir com elas".
Em recente entrevista, a artista revelou que perdeu contratos por se assumir lésbica: "A partir disso começaram alguns questionamentos das pessoas que me amam. Não era uma coisa de: 'Fique dentro do armário, não saia'. E sim de: 'Como será que tá o mundo aí fora? Como isso vai bater na sua vida profissional?'. Minha família não tem dinheiro para me sustentar. Desde meus 15 anos pago minhas contas. Esse foi um cuidado das pessoas que me amavam perante um mundo opressor que a gente vive. (...) Perdi contratos de publicidade, não sei se na televisão. Mas outras coisas chegaram, inclusive contratos de publicidade por causa disso. No cinema".
Bruna disse que assumir publicamente a orientação sexual serviu de inspiração para muitas meninas. "Já ouvi de algumas mulheres, meninas, que conseguiram conversar com os pais a partir de alguma declaração que eu fiz. E também da representatividade, né, quantas mulheres lésbicas famosas na mídia? Isso é muito importante. Eu fico pensando quais eram as referências que eu tinha. Quase nenhuma. É importante a gente falar e é tão normal. Por que a gente trata como se não fosse?".
(Por Tatiana Mariano)