Bruna Linzmeyer explica por que decidiu não depilar mais as axilas. A atriz, que se destaca por seus looks nada óbvios como forma de expressão através da moda, defende essa liberdade de escolha entre as mulheres em entrevista à revista "Marie Claire" de janeiro (2021).
Se não falamos sobre elas, não viram uma questão a ser debatida. É aí que quero chegar. Me depilei durante muito tempo. Ter pelos já foi estranho para mim. Hoje, acho estranho uma mulher não os ter. E mais: acho sexy quando uma mulher tem e acho sexy em mim
Bruna, destaque na primeira fase da novela "Pantanal" no papel da personagem Madeleine, namora a DJ Marta Supernova.
Em março de 2017, Bruna foi clicada pela primeira vez com sua então namorada e semanas mais tarde acabou sendo vítima de ataques homofóbicos. Para a publicação, a atriz voltou a afirmar que perdeu trabalhos por conta do relacionamento com Priscila no que já chamou de "mundo opressor".
Claro que perdi contratos por me assumir lésbica. E claro que fiquei assustada, principalmente porque tinha um apartamento para pagar e meus pais não são ricos, pelo contrário.
Bruna assegurou durante a entrevista que se não tivesse assumido o namoro, teria ficado doente. "Mas não tive muita escolha. Ou me assumia e vivia a minha vida, ou tinha um câncer, tinha depressão. Adoecia. A minha sorte é que, por outro lado, me posicionar aproximou de mim marcas que pensam como eu, que acreditam que o exercício da liberdade é valioso", completou.
A atriz disse também que, ao assumir o seu relacionamento com uma mulher, acabou incentivando outras garotas a também fazerem o mesmo.
"Já ouvi de garotas que conseguiram conversar sobre suas sexualidades com os pais e contar que gostam de outras garotas a partir de uma declaração que fiz", festejou Bruna, uma das participantes do movimento "Ocupa Sapatão".
Bruna comentou ainda o seu engajamento ao lado de outras famosas após a denúncia de assédio sexual feita pela figurinista Su Tonani contra José Mayer. "Entendemos que nos unir era tão importante quanto a denúncia da própria Su no jornal. Mulheres devem se amparar e conversar sobre o que atravessa suas vivências. É uma forma de nos fortalecer."
Em participação no "Amor & Sexo", a atriz reprovou os rótulos de "lésbica" e "sapatão". "Eu acho que é um ato político. Porque eu, como mulher e dentro da caixinha que assumo eventualmente como mulher lésbica, como mulher sapatão... eu não sou só isso."
Sou uma pessoa livre e, às vezes, nem tão mulher, eu sou o que eu quiser. Mas usar a palavra lésbica, a palavra sapatão, às vezes ainda soa muito mais como incômodo do que a palavra gay, que já está naturalizada. É para a gente poder falar sobre isso. É um ato político nesse sentido.