
O Bafo de Bode da novela "Tieta" (1989-1990) - saiba aqui o final do mendigo na trama - é um dos personagens mais icônicos de Bemvindo Sequeira. Envolvido em forte acusação de Roberta Close, com quem contracenou em "Mandacaru" (Manchete, 1997-1998), o ator e humorista longe da TV há cinco anos também já deu vida ao patriótico Brasilino Roxo, um dos personagens da clássica versão da "Escolinha do Professor Raimundo" (Globo, 1990-1995).
Mas o tipo não traz nenhuma boa lembrança ao artista. "Uma bobagem, uma vergonha na minha carreira. Tem quem goste", disparou em março de 2021 em entrevista ao canal de Youtube 247. Para resumir, Brasilino sempre comparava o Brasil com a França e tinha um olhar totalmente utópico em relação à nossa terra, além de surgir nas aulas usando um paletó na cor roxa.
Bemvindo recordou que antes de "Tieta" nunca teve vontade de atuar na TV. "Mas foi um sucesso tão grande e aquilo é como cocaína. 'Preciso voltar, preciso voltar. Onde vou? Vou ao Chico Anysio (1931-2012)'. Estava fazendo um show de humor. 'A 'Escolinha' vai ser uma boa, vou ter um público maior'. Aí ele me contratou e criei o Brasilino Patriota", recordou ele, que em outra ocasião acusou atrizes de "Tieta" de lhe humilharem.

Segundo Bemvindo, após apresentar cinco textos do personagem, viu a Globo rebatizá-lo para Brasilino Roxo. "Assim a Globo passaria a ter os direitos autorais do personagem e não eu. Não tenho os direitos e a Globo tirou de mim os direitos de redigir (os textos do personagem) e levou para redatores deles", afirmou o colega de elenco de nomes como o também humorista Iran Lima, morto em 2024.
"Aí já não tinha a ver comigo. Criei um figurino, com panela na cabeça, tolha de mesa como se fosse capa, colher de pau, panelas.. Era um herói. Chico aprovou. Na segunda gravação, ele disse 'é insuportável esse figurino, essa panela'. Por que? Porque entrava em disputa com o seu Boneco, com o filho dele (Lug de Paula)", acusou.
"Tiraram meu figurino, mudaram o texto, não me deixaram ter oportunidade de criatividade. Jogavam seu Boneco atrás de mim. Não foi uma experiência agradável. E o que me pagavam de salário não sustentava meu padrão de vida. Botava do meu bolso para trabalhar na 'Escolinha'. Aprendi uma ou duas coisas com o Chico. Não tinha acesso a ele (nos bastidores)", completou, classificando Cininha de Paula, diretora e sobrinha de Chico, de "carrasca".