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Rodrigo Bocardi foi demitido da Globo após 20 anos de contrato. A emissora carioca só revelou que o jornalista, ex-âncora do "Bom Dia São Paulo" "descumpriu normas éticas" do canal. Como os detalhes foram preservados, uma série de especulações estão sendo apontadas para a demissão inesperada.
Bocardi estava desde 2013 no telejornal local e fazia entradas ao vivo também no "Bom Dia Brasil". Essa foi a segunda passagem do jornalista pela emissora líder - a primeira ocorreu de 1999 a 2003. Provisoriamente, Sabina Simonato herdou a vaga de titular desde essa sexta-feira (31), véspera da estreia do novo noticiário, o "Bom Dia Sábado", que terá sua apresentação.
Nessa segunda fase de Globo, Bocardi ancorou ocasionalmente o "Bom Dia Brasil", o "SPTV", o "Jornal Hoje", o "Jornal Nacional" - que pode sofrer mudança na apresentação em 2027 - e o "Jornal da Globo", além de ter narrado em 2023 o desfile das escolas de samba de São Paulo. Ao mesmo tempo em que agradou ao público e criou a expressão "amanhã, dormir até acordar" (usada ao se despedir do telespectador nas sextas-feiras), Bocardi se envolveu em algumas polêmicas. Relembre!
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Uma das primeiras polêmicas veio à tona em setembro de 2016, sendo negada pela Globo. O rumor indicava um mal-estar entre Bocardi e Carla Vilhena. Isso porque o jornalista foi apontado como o responsável pela saída da apresentadora do "Bom Dia São Paulo" três anos antes.
Acontece que naquele mês, Bocardi faria sua estreia na bancada do "JN" e dividiu o plantão com a própria Carla, que deixaria a Globo em 2018. No mesmo ano, um comentário de Bocardi ao vivo na Globo gerou resposta da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo.
Na ocasião, o apresentador mostrou revolta ao noticiar a morte por espancamento de um vendedor ambulante no metrô da capital. E sugeriu que o advogado dos agressores fossem presos por não entregar seus clientes. A OAB classificou o comentário como "infeliz".
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Já em 2017, Bocardi se desculpou após um outro comentário ser apontado como de cunho machista ao noticiar uma espécie de cebola que impede o choro por quem a corta. Isso porque ele citou apenas as donas de casa. "Fui ridículo mesmo de ter disso. Estou aqui assumindo essa responsabilidade", admitiu.
Três anos depois e vendo seu nome perder força para substituir William Bonner no "JN" após aposentadoria do atual titular, outra polêmica dessa vez em acusação de atitude racista. Enquanto um repórter entrevistava um atleta negro praticante de polo-aquático, Bocardi perguntou se o rapaz iria "pegar bolinha" na piscina.
"Muito triste a acusação de preconceito. Eu pratico tênis no Clube Pinheiros. Os jogadores de tênis não usam uniformes, mas os pegadores/rebatedores, sim: uma camiseta igual a do Leonel, com quem tive o prazer de conversar hoje", se defendeu na web.