Vinícius Romão, que em fevereiro deste ano foi preso por engano no Rio de Janeiro, viverá um policial truculento no filme "Me + You", que está sendo rodado no Rio de Janeiro e tem previsão de estreia para 2015.
"Claro que é uma ironia. Me chamaram por conta do meu histórico e eu aceitei o convite, pois achei bacana ter a experiência de estar do outro lado. Mas não aproveitei o momento para fazer qualquer tipo de crítica ou caricatura. Fiz apenas o meu trabalho de ator", afirma o ator ao Purepeople.
No filme independente, Vinícius forma uma dupla com o ator Rafael Calomeni . Nas duas cenas - gravadas na segunda-feira (11), na Uruguaiana e na Lapa, no centro do Rio de Janeiro -, eles não têm falas e aparecem perseguindo e agredindo um assaltante. Para o ator foi inevitável lembrar da própria prisão, quando foi acusado de roubar e agredir uma mulher.
"Para mim isso já são águas passadas, mas não tem como esquecer de uma hora para outra. Mas não deixo isso influenciar na minha vida'", diz Vinícius, que hoje processa o Estado do Rio de Janeiro pela suposta arbitrariedade da prisão. O processo foi arquivado pelo Ministério Público estadual.
Como está desempregado, ele tem feito palestras motivacionais contando o que passou na prisão. Além disso, conta com a ajuda financeira do pai.
"Estou bem melhor e tocando a minha vida. Voltei às aulas de teatro e à academia. O meu medo de sair às ruas também passou", diz o ator, que ainda não teve convites para voltar à TV. O seu último trabalho na TV Globo foi em 2012 em "Lado a Lado", que ganhou o Emmy Internacional de melhor novela.
"Não quero ser visto como coitado. Pretendo conquistar um papel pelo meu talento e não pelo o que aconteceu comigo", diz o ator.
Entenda a prisão do ator
Em 10 de fevereiro, Vinícius Romão foi acusado de supostamente ter roubado e agredido a copeira Dalva Maria da Costa Dantas, no Méier, zona norte carioca. O caso foi registrado na 25ª DP, no Engenho Novo e o ator foi encaminhado para a Casa de Detenção Patricia Acioli.
Mais tarde, em novo depoimento, Dalva afirmou que não tinha certeza quanto ao seu primeiro depoimento, o que levou o Tribunal de Justiça do Rio a expedir um alvará de soltura após 16 dias de prisão. Somente depois do Carnaval ele foi absolvido sumariamente.
(Por Renata Mendonça)