Champignon foi enterrado nesta terça-feira (10), às 15h, no Cemitério Memorial, o mesmo em que Chorão foi sepultado, há seis meses. O ex-baixista da banda Charlie Brown Jr. foi encontrado morto com um tiro na boca na madrugada da última segunda-feira (9), em seu apartamento, na região do Morumbi, em São Paulo. As irmãs do músico, Eliane Duarte e Daniele Cunha, conversaram com Fátima Bernardes nesta manhã, sobre o assunto, direto do velório irmão.
Para ela, além do artista ter perdido Chorão, que era a sua referência na música e "o tratava como pai" ele não estava muito normal. "Na última conversa que tivemos, há 20 dias, ele estava bem depressivo, chateado, se sentindo só, sem amigos. Ele dava indícios de bipolaridade, pois quando estava perto das pessoas, estava feliz. Sozinho, vivia mal", relatou.
Champingnon também passava por momentos difíceis. Depois da morte do cantor, ele começou a ser critiado por algumas pessoas pelo fato dele ter assumido o lugar do vocalista no grupo. "Ele estava muito aborrecido com algumas coisas, algumas opiniões. Mas ele estava batalhando, colocando um pé na frente do outro...", contou.
"Foi um fardo que um passou para o outro. Algumas pessoas não estavam dando esse retorno para ele continuar a caminhada. Estava muito triste, muito abalado com o que aconteceu com o Chorão. E as pessoas falavam que ele estava vendo aquilo com olhos capitalistas. Mas que dinheiro é esse? Um filho não puxa o pai? Foi isso o que aconteceu", completou.
Já para Danielle, Champignon não assumiu o Charlie Brown Jr. porque quis. "Ele estava em uma posição que não foi escolhida por ele, foi uma decisão da banda. Mas ele tinha projeto paralelo", contou, referindo-se à sua banda "A Banca" que tinha o artista como vocalista. O grupo se apresentaria no dia 21 de setembro em Recife, em Pernambuco, com a turnê "Chorão Eterno", show que homenageava além de Chorão, toda a trajetória da banda Charlie Brown Jr.
Danielle também falou sobre Claudia Campos, mulher de do músico que está grávida de cinco meses de uma menina e estava presente no local em que o artista se matou. "Ela quer falar depois com mais detalhes, não teve condições de dar entrevistas até agora. Ela prefere falar com mais calma depois", declarou.
Na última segunda, ao chegar ao velório do filho, Luiz Carlos e Maria do Carmo, pai e mãe de Champignon, falaram rapidamente com a imprensa. "É muito difícil. Estamos muito consternados, tristes, sem entender o que aconteceu", lamentou.