O movimento Time's Up tem mobilizado diversas atrizes internacionais em grandes eventos, como o Globo de Ouro, na Califórnia, e o BAFTA, na Inglaterra. E, em entrevista à revista "Cosmopolitan", a atriz Alice Braga destacou a importância das manifestações no tapete vermelho, que incentivam mulheres longe de Hollywood a se posicionarem frente a desigualdade de gênero. "Nunca sofri um assédio da forma como as atrizes que vieram à frente contar. Mas acho que acabamos aturando pequenos abusos e passando batido por ser algo a que a gente já está quase acostumada. E a repetição disso é agressiva", opinou a artista.
À publicação, a atriz - primeira brasileira a protagonizar uma série americana - ainda citou um exemplo de um trabalho anterior. "Na primeira temporada de "A Rainha do Sul", os roteiristas eram dois homens americanos. Nada contra, mas não tinha um latino e uma mulher entre eles. E a série é protagonizada por uma mulher mexicana. Como vamos conseguir representatividade se nem atrás das câmeras temos isso?", afirmou a atriz, destaque no longa "Elysium".
A carreira construída entre Brasil e Estados Unidos também foi assunto na entrevista: "As portas foram se abrindo e fui me jogando". Ficar dividida, no entanto, também tem ônus. "Se estou no Brasil, fico com saudade das pessoas que estão em Los Angeles, e vice-versa. É superdifícil: ganham-se coisas novas, mas perdem-se outras, como o nascimento do meu afilhado. Mas encaro de maneira tranquila, sou feliz em fazer o que amo, que é atuar", disse.
À revista "Marie Claire", Monica Iozzi se posicionou diante da dita busca pelo corpo ideal. "Não quero me transformar no que não sou só porque tem gente me vendo. Alimentar esse padrão inalcançável cria mulheres doentes", argumentou a global, dando sua opinião sobre o aborto: "Nem sei se quero ter filhos. Já achei que estava grávida, mas nunca me desesperei, porque sabia: para mulheres como eu, o aborto é uma possibilidade. Ele já é livre no Brasil, tenho muitas amigas que fizeram. O aborto só é proibido para as pobres. Ninguém é a favor de um procedimento tão doloroso. A defesa é pelo direito de as mulheres deixarem de morrer por causa disso".
(Por Marilise Gomes)