A Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil do Rio de Janeiro não vai mais enviar agentes até a casa do "Big Brother Brasil 15" para ouvir Luan, como havia sido cogitado. Procurada pelo Purepeople, a instituição afirma que o participante agora só prestará depoimento sobre uma morte que ele afirma ter cometido no Complexo do Alemão, na capital fluminense, quando deixar o reality show da TV Globo. Na madrugada desta terça-feira (27), ele voltou a tocar no assunto e a emissora cortou o sinal da transmissão pelo pay-per-view.
Ainda segundo a Polícia Civil, o delegado titular da DH, Rivaldo Barbosa, enviou um ofício à TV Globo pedindo as imagens na íntegra do momento em que Luan afirma ter assassinado uma pessoa. O Exército também já recebeu um ofício da instituição solicitando informações detalhadas do trabalho que o participante do "BBB 15" realizava na Força de Pacificação do Complexo do Alemão.
Ao Purepeople, o Exército já informou que Luan integrava a 9ª Brigada de Infantaria Motorizada e que membros dessa companhia apenas prestavam serviços à base e apoio à manutenção das instalações usadas pelos militares na comunidade carioca. "Não há registros de que esse efetivo tenha participado de incursões naquela comunidade", alegou a Força Armada, sem esclarecer, no entanto, se será aberta uma investigação interna para esclarecer a declaração do rapaz no reality show.
Pai acredita que versão de Luan é 'fantasia'
A polêmica surge porque, segundo registros oficiais, a brigada da qual Luan fazia parte não contabilizou mortes durante a ocupação do Exército no Complexo do Alemão. Em entrevista ao jornal "O Globo", Ivan Batalha, pai do participante do "BBB 15", disse acreditar que a história não passa de uma "fantasia" do filho. "Acho que ele falou aquilo para chamar a atenção dos colegas, numa atitude infantil e sem pensar. Tenho contato com ele diariamente e ele nunca, nestes anos todos, falou disso para mim", disse o pai.
Luan fez essa revelação no dia da estreia. Em conversa com Marco, ele explicou que dava cobertura para militares que subiam o morro, quando viu um jovem armado usando uma submetralhadora e atirou. "Fiquei na linha de tiro embaixo, de rifle, dando cobertura para quem estava subindo. Acho que ele era mais novo do que eu. Eu estava com 19. Ele devia estar com 16", disse. "Rasgou a cabeça dele e a caixa d'água", completou, com detalhes. "Na hora eu tremi, mas o sargento olhou para mim e disse: 'Ou era você ou ele'".
Na madrugada desta terça-feira, o "brother" deu mais detalhes. "Eu fiquei lá embaixo, eu atirava muito bem, então ficava um do Exército, um da Polícia Militar, um do Bope e um da Polícia Federal. Todos ajoelhados no chão, dando contenção para quem estava subindo", relembrou. "Quando eu atirei nele, acertei um tiro na cabeça dele e ele caiu, eu tremia. Não só de adrenalina, mas de nervoso por ter matado a primeira pessoa na minha vida. Tinha um sargento da PM que virou para mim e disse: 'Irmão, vambora, tem que agir. Ou é você, ou ele. Ou chora a sua mãe ou chora a mãe dele'. É a hora que você acorda para a vida e continua. Aí eu continuei...".
(Por Anderson Dezan)