Integrante do programa "Agora é Tarde", apresentado por Danilo Gentili na Band, o humorista Léo Lins não poderá viajar para o Japão no próximo dia 11, como estava previsto. Em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", ele contou que seu visto para o país asiático foi cancelado na última sexta-feira (30) sem explicações. O veto ocorreu três dias após a divulgação de um vídeo que misturava imagens trágicas do tsunami de 2011 no Japão com trechos de um show de humor feito por Léo há dois anos, com piadas sobre o tema.
À publicação, o humorista contou que já havia conseguido a aprovação do visto há aproximadamente um mês. Segundo ele, o vídeo que pode ter prejudicado o humorista foi divulgado pela página Brasileiros no Japão. Na montagem, as piadas apareciam em meio a imagens de pessoas mortas e locais devastados, tudo com fundo musical triste.
"O vídeo era tão tendencioso que, após assisti-lo, eu mesmo cheguei a pensar: 'gente, onde eu estava com a cabeça quando fiz esse terremoto? Deve ter sido minha culpa!'", ironizou o humorista. "Eu não fiz piadas no meio dos escombros ou ao lado das pessoas chorando porque perderam a família, fiz piadas em um teatro durante um show de comédia. Foi completamente retirado de contexto. Eu nunca quis ofender ninguém", justificou.
A repercussão do vídeo foi tão grande que um abaixo-assinado foi criado, pedindo que o Japão impedisse a viagem do artista. A lista de assinaturas foi encaminhada ao Consulado e, um dia depois, o visto de Léo foi cancelado. "A alegação para cancelar o visto é que eu estaria indo para ganhar dinheiro", conta o comediante ao jornal. "E que, para isso, precisaria de outro tipo de liberação".
Segundo o humorista, documentos, no entanto, comprovam que a viagem seria para fazer gravações para o "Agora É Tarde" e que estava escalado, sim, para fazer participações em shows de humor por lá, mas todas não remuneradas. Procurado, o Consulado do Japão afirmou que "o visto não foi cancelado em decorrência das declarações do solicitante sobre o tsunami" e que "não podem se pronunciar sobre a análise dos processos, por serem confidenciais".