A morte de Jô Soares completa dois anos em agosto e os detalhes da partida do icônico apresentador são revelados no documentário "Um Beijo do Gordo", recém-lançado pelo Globoplay. Amigos há mais de 40 anos, o doutor Drauzio Varella revelou como foram os últimos momentos do artista.
Internado em um hospital para tratar uma pneumonia, Jô se recusou a ir para a UTI. O apresentador escolheu passar seus últimos momentos sob luz baixa e assistindo a filmes antigos pela televisão.
"Ele disse: 'Não quero fazer hemodiálise, não quero ir para UTI, não quero ser intubado. Tá bom assim'. Eu falei: 'Falei: 'Pô, Jô, você quer dirigir até a cena final?'. Ele riu na hora e falou: 'Exatamente. Eu quero dirigir a cena final'", relatou Drauzio.
Jô, que deixou parte de sua herança para os funcionários de confiança, se cercou de poucas pessoas nos últimos momentos de vida. Além de Drauzio, ele convocou Flávia Pedras, ex-mulher e melhor amiga, e a atual esposa dela, a cantora Zélia Duncan.
"Eu gostaria muito de terminar os meus dias como ele terminou os dele. Ele chamou a gente, as pessoas mais íntimas, e disse: 'Eu vivi 84 anos. Vivi muito bem, fiz muitas coisas. Eu não quero viver a qualquer preço. O que eu queria mesmo agora era ir pra minha casa e morrer vendo os filmes antigos que eu gosto'", relembra Drauzio.
O médico ainda se disse inspirado pela tranquilidade com que o amigo partiu. "Eu tenho experiência com doentes em fase terminal, fiz isso a vida inteira. Mas é difícil você ver alguém com essa tranquilidade. Com essa sabedoria de chegar num momento como esse e dizer: 'Deu, né? Não posso me queixar, fiz tudo que eu queria'", finalizou.