Ao longo dos mais de 25 anos em que apresentou o "Jornal Nacional", Cid Moreira colecionou milhares de "boa noite", noticiou mortes de personalidades - uma delas o fez quebrar o protocolo do noticiário - e importantes fatos no Brasil e restante do mundo. Dono de um icônico bordão na Copa do Mundo 2010, o jornalista que morreu aos 97 anos nesta quinta-feira (3) por falência múltipla dos órgãos.
O sepultamento de Cid Moreira deve ocorrer em sua cidade natal, Taubaté (SP), atendendo um desejo seu. Mas voltando a falar do "JN", o segundo apresentador que mais vezes esteve na bancada do noticiário, o primeiro é William Bonner, seu substituto, enfrentou um perrengue com incêndio e até deu um tapa ao vivo, ganhando uma bronca da direção da Globo.
Esses relatos foram feitos na biografia "Boa Noite" (Fátima Sampaio Moreira) pelo próprio apresentador e ex-parceiro de bancada de nomes como Sérgio Chapelin e Celso Freitas em um capítulo dedicado ao telejornal estreado em setembro de 1969.
Em uma dessas situações inesperadas, um incêndio atingiu uma das luminárias do "JN" enquanto ele era exibido. "Nós não sabíamos se era para continuar ou parar de falar, se a gente saía correndo ou dava explicação e se era visível ao telespectador o que se passava no estúdio", contou Cid, que sofreu um acidente que poucas pessoas sabem.
"Enfim, a transmissão foi interrompida. Um aviso de problemas técnicos apareceu na tela e ficamos esperando que tudo se normalizasse", prosseguiu o jornalista que nos últimos anos virou notícia por conta de problemas com seu filho adotivo.
Outra imensa perda de 2024, ao lado dos igualmente nonagenários Silvio Santos, Ziraldo, Zagallo e Santa Cruz, Cid também foi atormentado por uma mosca no estúdio. Segundo ele, as "visitas" eram comuns. "Uma vez não resisti, esqueci que estava no ar e...pla, bati uma mão contra a outra em pleno ar (...). Através de circular, foi proibido comer ou manter alimentos nos estúdios, evitando assim as formigas e as mosquinhas inconvenientes", reforçou.