Cid Moreira ficou à frente do "Jornal Nacional" por cerca de 26 anos (1969-1996) e depois teve passagem igualmente marcante pelo "Fantástico". O jornalista que morreu aos 97 anos nesta quinta-feira (3) passou por um grande susto e que por pouco não interrompeu seu trabalho na TV. Foi o próprio Cid na biografia "Boa Noite", lançada em 2010 por Fátima Sampaio, sua quarta e última mulher.
Curiosamente, esse susto foi enquanto jogava tênis, seu esporte favorito e onde conheceu a jornalista, quase provocando o deslocamento da retina. Na publicação, Cid recordou que levou um bolada próxima ao olho esquerdo. "Estava me movimentando para começar uma partida em duplas. As trocas de bola eram fortes e rápidas com o meu adversário", iniciou o jornalista responsável por quebrar o protocolo no "JN" em 1987.
"Subitamente veio em um pulo só uma bola dura em minha direção, sem que eu esperasse, atingindo o olho esquerdo em cheio. Na hora, apesar da agressividade que recebi, continuei na quadra, jogando mais dois sets, calculo por 1h30. Sai de lá direto para o hospital", acrescentou Cid, acusado gravemente por um filho adotivo.
Ainda na biografia, ele ficou com uma sequela. "Graças a Deus não ocorreu o deslocamento da retina, conforme a médica me disse que o acidente poderia ter ocasionado. Mas a pupila abriu e ficou dilatada e não voltou mais ao normal. Por causa do impacto, fui operado para retirar uma catarata", afirmou acrescentando que tinha uma vida normal.
"O único inconveniente é que não consigo controlar a luminosidade que entra na pupila e tenho que estar grande parte do tempo de óculos escuros, mesmo em ambientes fechados e sem luz natural. Fica chato, como as pessoas não sabem pensam que é um jeito esnobe (...). Isso já faz mais de 20 anos", completou Cid, envolvido em premonição de sua morte feita pela atual mulher.