"Selva de Pedra", "Roque Santeiro", "Vale Tudo" - a ganhar remake em 2025 - e "Avenida Brasil" foram algumas das novelas da Globo que pararam o Brasil na faixa das oito/nove. Só que o oposto aconteceu com umas tramas das sete, que "praticamente não tiveram audiência" e fizeram a emissora líder se arrepender de telas colocado no ar, assim como uns programas da linha de shows.
O caso mais lembrado é de "Bang Bang", novela de Mário Prata e que chegou a ser oferecida ao SBT. Em 173 capítulos, exibidos entre 2005 a 2006, é um dos casos mais lembrados. O elenco reuniu Fernanda Lima, Carol Castro, Rodrigo Lombardi, Betty Lago e Tarcísio Meira. Mesmo com tantos nomes de peso, a história agora disponível na Globoplay não emplacou.
Por isso, o Purepeople volta ao tempo e recorda umas novelas das sete que também foram um fiasco e dificilmente vão ter vez no "Edição Especial" e no "Vale a Pena Ver de Novo".
Com Fernanda Montenegro à frente do elenco e de autoria de Silvio de Abreu, unia de disputa por herança à chanchada em só 125 capítulos, de agosto de 2001 a janeiro seguinte. O primeiro capítulo até empolgou (38 pontos em São Paulo), mas a audiência praticamente só foi caindo e caindo.
Com isso, a novela perdeu 10 semanas previstas - cerca de 60 capítulos. No final de 2021, já circulava a informação que "As Filhas da Mãe" acabaria antes do carnaval, porém o final veio um mês antes.
"Foram necessárias quase duas semanas para se apresentar as histórias ao público - a personagem de Claudia Raia, por exemplo, só apareceu pela primeira vez há uma semana. A Globo também atribui a relativa baixa audiência ao racionamento de energia elétrica. Neste ano, o número de televisores ligados caiu em média 5%", relatou a "Folha de S.Paulo" em setembro de 2001.
A sua sucessora de janeiro a agosto de 2002 foi "Desejos de Mulher", repetindo a parceria Regina Duarte-Gloria Pires de "Vale Tudo" (1988/1989). Se antes eram mãe e filha, agora as atrizes viviam irmãs. Em comum, a rivalidade.
E também o ibope abaixo do esperado. Porém, fez um curva para cima ao longo de sua exibição. A estreia marcou 28 pontos, mesmo índice dos 85 primeiros capítulos de "As Filhas...". Apesar disso, "Desejos..." sofreu no começo, precisou ser relançada e por pouco não teve audiência inferior à reprise de "História de Amor" (1995), em cartaz na ocasião no "Vale a Pena Ver de Novo".
Bem antes das três outras novelas citadas, "Zazá" também não decolou, embora abordasse a aviação. Em agosto de 1997, a média da trama estrelada por Fernanda Montenegro era de 35 pontos, algo baixo para os padrões da época. Naquele mês já se sabia que mesmo assim "Zazá" seria esticada e os 161 capítulos foram aumentados para 215, entre maio de 1997 a janeiro seguinte.
Zazá era uma parente muito distante de Santos Dumont e mãe de sete filhos, cada um cujo nome era iniciado por uma nota musical. A história de Lauro Cesar Muniz apresentava ainda contexto histórico.
Em dezembro de 1995, a extinta TV Manchete exibiu uma novela argentina com esse nome. A audiência baixa levou o canal a rifar o "enlatado" do ar. Já em 2013, a Globo teve igual má sorte com a sua "Além do Horizonte".
A estreia em novembro deu 24 e em pouco tempo já batia nos 19, quase o mesmo de "Joia Rara", premiada no exterior porém igualmente ruim de Ibope embora com produção caríssima. Além disso, o folhetim quase foi ultrapassado pelo "Cidade Alerta" em dezembro.
No mês seguinte, entraram mais cenas de comédia e romance e novos personagens, porém nada surgiu efeito. Em termos gerais, a história de 155 capítulos e criada por Marcos Bernstein e Carlos Gregório girou ao redor de três amigos que buscavam parentes desaparecidos e enfrentavam desafios na floresta.
Bosco Brasil tentou inovar trazendo um ar futurista. Mesmo com Grazi Massafera e outros gigantes da teledramaturgia, a história ficou sem fluir na audiência. Os primeiros 21 capítulos não chegaram a 24 pontos, sendo que "Caras & Bocas" passou dos 27 em igual período.
Entre algumas mudanças, a vilã Deodora ganhou ar humano e o computador Frank ficou mudo ao ser invadido por vírus. Por outro lado, o amor ganhou espaço em "Tempos Modernos".