'Meu corpo gritava': Giselle Itié, estrela de 'Bela, a Feia', fala pela primeira vez sobre abuso sexual e tentativa de suicídio
Publicado em 26 de setembro de 2024 23:48
Por Luiz Eugênio de Castro | Reality show, redes sociais e TV
Um jornalista apaixonado por entretenimento e cultura pop.
[ALERTA: o texto a seguir pode conter gatilhos para vítimas ou pessoas sensíveis a assuntos relacionados a abuso sexual]
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Giselle Itié , a estrela de 'Bela, a Feia', fez um desabafo comovente e surpreendente nesta quinta-feira (26) no podcast 'Exaustas', comandado por Carolinie Figueiredo e Samara Felippo, que também abriu o coração sobre racismo com a filha. A atriz contou ter sofrido abuso sexual aos 17 anos e ter pensado em tirar a própria vida após esse e outros traumas. "Meu corpo pedia socorro", expressou ela, emocionada.

Atriz reflete sobre infância e juventude

Inicialmente, Itié refletiu sobre sua infância e o quanto sofreu para caber em uma 'caixinha' da sociedade: "Sempre fui uma criança que não cabia na caixinha do padrão de beleza posta pela sociedade. Era desengoçada, usava aparelho, não era vista como uma criança bonita". Então, ela contou que tudo mudou ao entrar na adolescência: "Meu corpo se transformou. Minha vida se transformou".

A artista percebeu um tratamento diferenciado dos homens que a rodeavam, classificando como nojento o comportamento deles. "Foi nesse momento que eu comecei a entender que meu corpo não era mais meu, era um espaço público invadido por olhares, toques, mãozadas e por aí vai. Sinceramente, eu não consigo falar detalhadamente de cada situação, porque a sensação do meu corpo ser nojento vem", expressou, destacando que já tinha medo de sofrer abuso.

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Giselle expõe medo de homens e violência sexual

"Desde menina, eu comecei a ter um pesadelo recorrente, que foi até os meus 18 anos, eu no meio de uma floresta à noite e sempre fugindo de um homem, de dois, de três. Homens que eu conhecia, da família. Muitas vezes, eu não dormia porque tinha medo de ser pega no meu sonho", continuou.

"Até que, para ajudar, meu primeiro namorado se suicidou. Foi aí que eu comecei a questionar o meu lugar na vida. Quanto mais eu me tornava mulher, mais eu objetificada eu me tornava, o vácuo foi crescendo e eu comecei a me machucar de verdade, a me cortar [e por aí vai]. Até que eu tentei tirar minha vida", admitiu, com lágrimas nos olhos.

Por fim, tudo ficou ainda pior quando Giselle foi vítima de um estupro aos 17 anos: "Foi nesse momento que eu não me perdi de vez e compreendi o quanto eu era oca. Eu só fazia me castigar como se eu fosse culpada. E foi no silêncio que meu corpo gritava e pedia socorro. Passei a ter uma depressão profunda, bulimia, anorexia nervosa, eu me cortava e tudo o que eu queria era desaparecer de vez", concluiu.

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Caso você se identifique, tenha depressão ou pensamentos suicidas, procure apoio no Centro Voluntário à Vida pelo telefone 188. Para denúncias, ligue 180.

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