Ana Hickmann e Alexandre Correa enfrentam uma guerra judicial há 10 meses, desde que a apresentadora acusou o, agora, ex-marido de agressão e de uma série de crimes, como desvio de dinheiro e associação criminosa. 13 anos antes do imbróglio, uma grande reportagem do jornal Folha de São Paulo já entregava a relação, no mínimo, incomum do casal.
A matéria, publicada em 30 de maio de 2010, destaca o sucesso de Ana à frente do "Tudo é Possível", programa onde substituiu Eliana, e o faturamento astronômico de seus produtos licenciados. Os 14 artigos garantiam R$ 290 milhões no varejo e no atacado e 10% disso, menos os impostos, iam para a apresentadora. Além disso, ela ganhava R$ 300 mil de salário na Record e R$ 40 mil para fazer uma presença VIP de duas horas.
Alexandre disse que Ana "é movida por uma ambição descontrolada". "'É tudo meu, eu faço, eu mando!'. É a psicose dela. Já joguei a toalha", declarou o empresário na ocasião.
A reportagem detalha o início da relação entre Ana e Alexandre. "Era um convicto derrotado antes de conhecer a Ana. Fui modelo frustrado até 1992. Fui para o mercado financeiro e nunca arrumei emprego decente. Fiz faculdade de economia e não consegui me formar", relembrou.
Com Ana nas passarelas internacionais, Alexandre assumiu o papel de "dono de casa". "Limpava a casa, fazia as compras, cozinhava, lavava a louça, as roupas... Lavei calcinha dessa garota até [não poder mais]!", contou.
Alexandre fala da pressão em fazer a carreira de apresentadora da mulher dar certo. Para isso, na época, Ana era submetida a sessões de fonoaudiologia. "A Record já gastou muito e ela tem a obrigação de dar certo. É isso, ou o castelo de cartas cai. Acabam royalties, mansão, carro caro. Não que isso nos faça menos gente. Mas é mais difícil depois que você sentiu o sabor da coisa", afirmou.
O empresário também defendia uma postura agressiva de Ana contra a concorrência, especialmente, com Eliana, sua principal rival nos domingos. "A Ana Hickmann tem que ir para o domingo para matar ou morrer. Tem que acordar todos os dias com sangue nos olhos. Se não odiar o concorrente, você é um frouxo. Com mão mole, não machuca ninguém. Fere, mas não tira a pessoa de combate", disparou.
Alexandre ainda não escondeu que tinha a noção de que a esposa ganhou oportunidades na TV por conta da beleza. "Não vamos nos enganar: a Ana entrou na TV 100% por causa da beleza dela. Hoje, ela se mantém lá 70% pela beleza e 30% pela capacidade de entreter. Em cinco anos, a gente quer que essa relação seja de 60% a 40%", pontuou.
O objetivo de Alexandre para Ana era bem ambicioso: "A Ana vai ser a Oprah Winfrey do Brasil, loira e de olhos azuis num país de gente parda".
"Sempre me considerei um produto. Parece cruel, mas é verdade. E o produto precisa ir à academia para manter a aparência e a saúde. Se ficar doente, não consegue gravar na TV, fazer fotos, trabalhar. Ele cuida do resto", declarou Ana.
Segundo a reportagem, Alexandre telefonou para Ana sete vezes em um período de 50 minutos. Uma das ligações termina "sem dizer tchau e nem mandar beijo", relata a jornalista Mônica Bergamo.
A matéria também destaca que o romantismo foi deixado de lado por um tempo na vida do casal, que, na época, já estava junto há 12 anos. "Pra gente investir e enxergar nosso crescimento sem deslumbramento. Porque com romantismo vêm férias em Paris, esquiar em Aspen, fazer compras em Nova York. E o trabalho e as obrigações ficam para trás. Se ficar com 'mela mela', todo problema profissional vira sentimental. O circo pegando fogo e você 'amorzinho', abraçando o outro para se lamentar? Ah, por favor!", disse o empresário.
Na época com 29 anos, Ana manifestou a vontade de ser mãe aos 30. Alexandre era contra. "Somos loucos pra ter bebê. Mas você imagina: a Ana foi obesa na infância. Uma mulher de 1,80m... Temos que esperar a hora certa", disse ele. Alexandre Junior nasceu quase 4 anos depois da publicação da matéria.