Vitor Hugo é incansável. O ator vem emendando três minisséries na Record e antes mesmo de se despedir de "José do Egito" já está com os olhos voltados para o próximo trabalho na mesma emissora, em "Pecado Mortal", novela de Carlos Lombardi. Em entrevista ao Purepeople, o ator de 36 anos, que cresceu diante dos olhos do público na TV e nos palcos, fala sobre os próximos desafios, casamento e filhos. Para quem não se lembra, o loiro de olhos verdes namorou a atriz Carolina Dieckmann na década de 90 e com ela formava um dos casais adolescentes mais fofos da televisão brasileira.
O relacionamento de quatro anos com a estrela é lembrado com carinho: "O que era mais bonito na nossa relação era o amor que sentíamos uma pelo outro. Foi incrível e ótimo enquanto durou. Nós não ligávamos para o fato de sermos famosos ou não, foi um namoro entre um ser humano e outro. Qualquer coisa externa a isso não existiu", explica Vitor, garantindo que não se gabava com os amigos por namorar uma das atrizes mais bonitas da época.
O momento agora é outro e ele fala com orgulho sobre o casamento de 10 anos com a Bacharel em Letras Renata Boiteux, de 30 anos, com quem tem dois filhos: Sofia, de 9 anos, e Nicolau, de 6. "Sou apaixonado e dedicado aos meus filhos. Eles são a minha bússola, o meu chão. Sempre procuro aproveitar os momentos com eles". O apego é tanto, que ele lembra como foi difícil o período em que precisou passar 18 dias no Chile para gravar cenas de "José do Egito". "Escrevi 18 cartas para cada um deles para verem que eu estava por perto", conta.
Vitor se deparou com o sucesso já aos 15 anos, ao participar da montagem teatral "Capitães de Areia", em 1992. "Essa peça moldou a minha carreira, foi muito importante. Desde lá me entrego e me dedico aos trabalhos com respeito e integridade", diz o ator, sem nostalgias: "Não sinto saudade, sinto gratidão".
Prestes a dar início às gravações como o delegado Picasso, em "Pecado Mortal", o ator correu para botar o corpo em forma. Com 1,76 de altura e 72 kg, se matriculou nas aulas de muay tai, Kung Fu, capoeira, Krav maga e outras artes maciais. São cerca de uma hora e meia de treinos.
Na rotina de exercícios, ele ainda inclui duas horas na academia, 10 km de corrida entre Recreio e Grumari, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, trilhas e escaladas. "Sou sedentário, essa é a minha luta diária (risos). Não suporto academia, é extremamente desagradável, mas faço pelo personagem", confessa ele, destacando a atividade preferida: "As trilhas são bem legais, além de estar perto da natureza, você faz exercício aeróbico sem perceber e ainda admira a paisagem do Rio."
A alimentação também ganhou atenção especial. "Há 16 anos eu sou vegetariano e agora eu cortei os carboidratos. Como saladas e peixes, arroz integral apenas duas vezes por semana, e só no almoço. Antes de malhar eu tomo uma vitamina de banana batida com quinoa".
Na reta final da minissérie "José do Egito" como Judá, o ator vai sentir na pele a experiência de emendar um personagem do bem em um vilão mau-caráter na próxima novela. Ele conta que o delegado Picasso só pensa em defender seus próprios interesses e tirar vantagem por ser uma autoridade.
"Inspiração não me falta. Um exemplo disso são as manifestações que estão acontecendo por todo Brasil. O poder e a impunidade, o uso da autoridade de políticos em benefício próprio...", alfineta o rapaz, acreditando que vai agradar o público. "Ele é carismático. Vai usar o lado emocional e o sorriso sedutor para conquistar quem está em volta. É um trapaceiro!", diverte-se, saindo em defesa do personagem e antecipando que virão cenas quentes pela frente. "Vai ter menos cenas de beijo e muito sexo!".
Se está preparado para encarar o assédio feminino? "Sou antiquado, fico com vergonha. Esse rótulo de galã é muito artificial. Prefiro brilhar para minha mulher e para os meus filhos em casa", despista ele, com uma certa timidez. O ciúme por parte da mulher é "natural, como qualquer ser humano", ele afirma. Mas acredita que terá de aprender a driblar o controle remoto. "Com certeza terão cenas que precisaremos trocar de canal", provoca aos risos.
Brincadeiras à parte, Vitor se deparou com um novo desafio em sua carreira ao fazer um curso de tiro com 7 horas diárias de duração. "Aprendi a montar e desmontar arma, colocar e tirar munição e dei ao todo 150 tiros. Fiquei muito tenso nas aulas práticas, tive medo porque qualquer deslize eu podia ferir alguém. Nas gravações usaremos armas de verdade, mas com balas de festim. Foi importante, pois tive que aprender a apertar o gatilho, manter os olhos abertos e não fazer careta. E consegui!", vibra o ator, demonstrando estar preparado para encarar qualquer desafio que surgir no seu caminho. Haja fôlego!
(Por José Corso)
