As semanas de moda internacionais, que acabaram com o fim da Paris Fashion Week na última quarta-feira (3 de outubro) já deixaram um gostinho do que vai ser tendência no próximo verão. Como aqui no Brasil (e em todo o Hemisfério Sul) a estação mais quente do ano chega antes (no fim do ano), podemos sair na frente na hora de colocar todas essas trends em prática. Nesta temporada muitas macrotendências apareceram mostrando o quanto a moda está democrática e tem peças para agradar a todos os estilos. Entre elas, duas chamam a atenção por serem tão diferentes entre si: o visual romântico e os anos 80.
Que ama um vestidão e não abre mão de um comprimento longo vai amar a tendência que traz para as passarelas modelos vaporosos feitos em tecidos fluidos. Como nesta estação o floral está super em alta, várias grifes apostaram na estampa para deixar os modelos assim ainda mais românticos, ou divertidos. As padronagens com flores foram apostas de designers como Giambattista Valli e Pierpaolo Piccioli, da Valentino. Já as cores lavadas, que trazem delicadeza para as peças se mostram novamente como tendência para este verão. Os vestidos favoritos com essa vibe romântica são vaporosos, têm volume mas uma aparência leve e trazem um certo ar retrô. Quem também apostou em peças no estilo foi Stella McCartney, que trouxe, além do look floral, vestidos longos e assimétricos em estilo camisola. Já a Dior , que leva a assinatura da designer Maria Grazia Chiuri, se aprofundou no universo da dança para criar uma coleção que mistura a rigidez do utilitário com vestidos que são pura leveza.
Por outro lado, ao contrário da fluidez do visual romântico, a rigidez também está em alta! Uma das principais referências vistas nas passarelas das semanas de moda internacionais é a estética dos anos 80. As power women desta década estavam começando a ser bem-sucedidas e a competir com os homens no mercado de trabalho e, por isso, queriam transmitir uma imagem mais "dura", poderosa e impenetrável. Por isso os looks quase sempre trazem os ombros bem marcados, e uma rigidez na construção, quase como uma armadura fashion para vestir mulheres contemporâneas. A ideia, ainda, é deixar as pernas de fora de forma a alongá-las. Adepta dessa estética, a Balmain, que tem Olivier Rousteing na direção criativa, apresentou vestidos que são verdadeiras esculturas de vestir. Outra grife que traz referências dos anos 80 é a Yves Saint Laurent, que trouxe para a passarela desta temporada, além dos maiôs com modelo asa delta, os vestidos curtíssimos para o verão 2019. Já a Celine, que teve sua estreia com o novo diretor criativo, o superpolêmico Hedi Slimane, tinha, até então um estilo muito bem definido, que foi substituído por essa estética oitentista e rock and roll, já que é essa a pegada que Slimane imprime em todas as suas criações (foi ele, inclusive, que deixou tal legado para a Saint Laurent). O resultado não agradou muito a crítica.
(por Deborah Couto)