Acostumada a protagonizar momentos hilários na TV, Tatá Werneck falou sério ao comentar sobre o cerceamento do humor no Brasil. No programa "Encontro com Fátima Bernardes" nesta quinta-feira (8) para lançar o filme "Loucas pra Casar", protagonizado por Ingrid Guimarães, a atriz, assídua nas redes sociais, revelou que já foi alvo de ameaças por causa de piadas.
"Eu já sofri (ameaças), sim, na internet. As pessoas falam o que querem, não há nenhum filtro pra isso, e a gente tem que simplesmente aceitar", disparou a humorista. "São pessoas que se escondem atrás de uma arroba. Ninguém sabe quem é. Ninguém tem o que fazer", desabafou.
'Tudo é muito perigoso', diz Tatá
Tatá também relembrou uma conversa que teve com Dedé Santana dias atrás em que o "Trapalhão" também endossava o mesmo discurso e fazia um desabafo sobre os limites de fazer humor. Dedé alegou que a atual geração de humorista sofre mais com a falta de liberdade.
"Conversei há pouco tempo com ele, que disse: 'O que mais me entristece é que vocês não têm como errar'. E a atriz concorda: "A gente não pode mais errar, porque vira uma grande coisa. E às vezes, esse erro foi apenas uma pequena brincadeira, que foi captada por uma câmera de vídeo e virou um viral. Tudo é muito perigoso", disparou ela, ao citar uma frase do Millôr Fernandes: "O comediante, o humorista, não atira pra matar. A gente está fazendo humor, levantando questões. A gente está sobrevivendo. E esse é o nosso olhar sobre a vida, mas não se pode mais ter esse olhar", lamentou a atriz, que completou 31 anos à frente do programa "Tudo pela Audiência" e volta às tramas na novela "Lady Marizete". No folhetim, ela viveria a protagonista, mas pediu para trocar o papel com Bruna Marquezine.
Renato Aragão tambem fez críticas ao humor politicamente correto
Em entrevista à revista "Playboy" da edição de janeiro, foi a vez de Renato dizer o que pensa sobre o assunto. O comediante, que comemora 55 anos do personagem Didi Mocó e estreou no teatro com uma peça em 2014, fez um desabafo ao comparar o humor feito no Brasil atualmente com o de anos atrás, na época dos Trapalhões. À publicação, ele alegou ter tido mais liberdade para fazer piadas envolvendo negros e homossexuais.
"Naquela época, essas classes dos feios, dos negros e dos homossexuais, elas não se ofendiam. Elas sabiam que não era para atingir, para sacanear", disparou o artista, reforçando que as piadas tinham o objetivo de fazer rir, fugindo de polêmicas.