
Por mais que a Sapucaí seja sinônimo de brilho, luxo e grandiosidade, às vezes, nem tudo sai como planejado. Que o diga André Gabeh, ex-participante da primeira edição do "Big Brother Brasil", cantor, ilustrador e escritor. Em 2003, enquanto desfilava como destaque principal da escola de samba Caprichosos de Pilares, ele viveu um momento inusitado – e um tanto quanto úmido – que ele próprio relembra com humor até hoje.
A missão não era para qualquer um: representar Zumbi dos Palmares no carro alegórico principal da agremiação. Para dar conta do recado e garantir energia na avenida, Gabeh seguiu as recomendações da equipe e se hidratou bem. Bem até demais.
“Eu bebi água, muita água, para ficar hidratado, não ter cãibra. Menina, eu achava que eram três minutos. Demoraram quatro, oito, 15 minutos. No meio da avenida, eu fiz xixi no meu corpo todo. Eu fiquei todo mijado. Desfilei todo mijado”, contou ele em entrevista à Band, no ano passado.

A situação, que já era digna de um perrengue chique carnavalesco, ganha contornos ainda mais cômicos quando se resgata o próprio relato de Gabeh, publicado em seu Facebook em 2019. No texto, o artista descreve com riqueza de detalhes todo o processo até o fatídico desfile: da dieta rigorosa para exibir o "coxão construído na academia" ao pedido extra de penas de faisão na fantasia, porque, segundo ele, “pobre ama faisão”.
Só que nem tudo saiu conforme o roteiro. A maquiagem tribal planejada virou um desastre cômico nas mãos de um amigo “trêbado”, que o deixou com a cara de um panda circense coberto de purpurina. No improviso, André tentou corrigir o estrago e justificou a pintura borrada com um toque de dramaticidade para um repórter que o abordou antes do desfile: “Muito emocionado. Não paro de chorar e já acabei com a minha maquiagem”.
Mas foi no carro alegórico, já com o samba no pé e a adrenalina nas alturas, que o ápice do perrengue aconteceu. Confiando nas palavras da equipe de harmonia, que garantiu que o tempo na avenida não passaria de três minutos, Gabeh bebeu ainda mais água nos bastidores. Só que a promessa estava longe de ser cumprida. O desfile se estendeu por longos e torturantes minutos, enquanto a bexiga do artista fazia um protesto silencioso – até não conseguir mais segurar.

“Me mijei INTEIRO”, descreveu ele no relato publicado anos depois. Mas, se a noite já tinha sido marcada por trapalhadas, o jeito foi entrar na brincadeira. Com a leveza de quem já tinha passado pelo inevitável, Gabeh dançou ainda mais empolgado, transformando o "acidente" em performance. Segundo ele, saiu da avenida ovacionado – e “inundado”. É mole!?