Emocionada, Beth Carvalho se apresentou na noite deste sábado (7) no Vivo Rio, no Rio de Janeiro. O show marcou o retorno da cantora aos palcos, após 11 meses internada em virtude de um problema de artrose na coluna. Sentada em uma cadeira, a sambista abriu a apresentação com a música "Minha Festa", de Nelson Cavaquinho. "Você nem imaginam a saudade que eu estava disso aqui", disse ela, sendo muito aplaudida pelo público.
Beth não fazia shows desde maio do ano passado, quando se apresentou na mesma casa de espetáculos. Em um momento da apresentação, a cantora, de 67 anos, fez um desabafo. "O pagode anda meio deturpado, mas eu sou pagodeira com muito orgulho e vou cantar a música que considero hino do pagode", disse ela, emendando com a música "Coisa de Pele".
Ainda se recuperando, a cantora chegou a se levantar da cadeira e fez alguns passos de samba, mas nada muito demorado. Mesmo assim, o público a aplaudiu muito. Na plateia estavam nomes como o sambista Nelson Sargento, o músico Ivo Meirelles e o cantor Dudu Nobre, com a mulher Priscila Grasso. O show contou com a participação especial da cantora Lu Carvalho, sobrinha de Beth.
Bom humor
Em entrevista ao jornal "Extra" deste sábado (7), Beth Carvalho comentou seu processo de recuperação. "As pessoas ficam impressionadas com meu humor. Elas achavam que me encontrariam para baixo e saíam envergonhadas. Gosto da vida e por isso estou viva. O samba cura, a fisioterapia faz milagre e a psicanálise é fundamental".
Segundo a sambista, o período mais difícil da internação foi quando estava perto de ir embora do hospital e teve infecção no cateter. "Fiquei sem ar e fui para o CTI. Ali tive medo. É a sensação da morte. Mas nunca pensei que não voltaria ou que não cantaria mais".
Recuperação
A cantora já pode fazer quase tudo, mas ainda se movimenta com a ajuda de um andador. "Recuperação de coluna é lenta mesmo, são meses de antibiótico na veia. Até parafuso eu coloquei, tenho falado que virei mulher biônica", brincou em entrevista ao jornal "O Dia". Dos tempos em que passou no hospital, a sambista relembra com bom humor.
"As visitas eram diárias, tinha até que fazer escala! Aquele hospital nunca mais será o mesmo. Eu fiz de um tudo lá: roda de samba, feijoada, festa de Natal, debate político, gravação e até o Grammy Latino me entregaram lá", relatou.