Na reta final da novela "Jezabel" - o último capítulo vai ao ar no dia 13 -, Willean Reis entrou para o elenco da trama bíblica vivendo Acazias, filho de Acabe (André Bankoff), morto durante guerra com a Síria, e Jezabel (Lidi Lisboa). Nesta semana, o rei vai perder a vida, assim como ocorrerá com sua mãe. Para o ator, o novo soberano não estava preparado para assumir o trono, opina ao Purepeople. "Acho que o Acazias após a morte do pai fica em um estado de contemplação e realização. Todo aquele mistério em volta dele por ser o sucessor, concretizando-se ali tão prematuro", diz. Ainda nesse capítulos decisivos, o público vai ver a morte de outros vilões como Hannibal (Rafael Sardão) além de um final feliz para Samira (Laís Pinho), sequestrada há vários anos, e a regeneração de sua irmã, Joana (Camila Mayrink), que havia se tornado prostituta.
Já visto em outras produções como "Flor do Caribe", Willean vê traços em comum entre seu personagem e a mãe, que espalha a idolatria em Israel. "Acazias é tão vaidoso e sedento por poder (muito vindo da mãe) que aos poucos o desejo de ser rei já não bastava, agora era se tornar um mártir como Elias (Iano Salomão), o profeta que pressente a morte de Acabe. Vira um lugar de admiração, desejo, inveja, amor, não sei, tantas coisas... E enquanto isso acontece (o irmão) Jorão (Dyo Coelho) tenta de alguma forma contemporizar, enquanto Jezabel se delicia", aponta. "Acredito que ele foge de alguma forma das semelhanças que tem com o pai, por conta das suas vontades. Ambições bem parecidas com as da mãe, tornando-o mais parecido com Jezabel. Apesar de ser manipulado o tempo inteiro por ela, Acazias aproveita pra realizar seus desejos nesses momentos de glória", completa.
Ao contrário de boa parte do elenco, que precisou viajar para o Marrocos, Willean fez suas cenas em Paulínia, interior de São Paulo. "Confesso que gostaria muito, sem dúvidas seria uma viagem indescritível", admite ele, ponderando ao notar uma característica em comum com o soberano. "O Acazias é ambicioso e em algum lugar a gente se assemelha. Mas acredito que as minhas são para o bem, já as dele são duvidosas e maléficas", ressalta. O ator confessa também uma certa dificuldade ao se adaptar para seu primeiro trabalho bíblico, o que já havia ocorrido com Leo Cidade, o Levi. "Acho que em algum momento me senti estranho por nunca ter feito novela desse tipo, mas aos poucos foi fluindo. Na verdade, não existe muito tempo para se preparar", diz. "A velocidade que eram feitas as cenas não te dá muito tempo para pensar, acho que esse foi o que mais me assustou no primeiro momento, mas que por um lado é ótimo... O desconforto de não ter muito o domínio ainda daquilo te dá uma inquietude proporcionando bons fluxos. Ao menos comigo foi assim", conclui.
(Por Guilherme Guidorizzi)