Finalmente hoje é a estreia da Copa do Mundo Feminina de Futebol! Apesar do Brasil jogar apenas no domingo às 10:30 h, a abertura da competição é nesta sexta-feira (7) às 16 horas. Quem dá o ponta pé inicial é a anfitriã, França, contra a Coreia do Sul, e o jogo será transmitido pelo canal de TV fechada SporTV. A edição deste ano já tem grande importância antes mesmo de iniciar. Nós já separamos os porquês dessa Copa ser tão especial e ela também tem trazido grandes reflexões para a sociedade. Dessa vez, quem fez um bom questionamento sobre a modalidade foi a repórter do Grupo Globo Lizandra Trindade, que já está em Paris.
Durante o programa "Redação SporTV", exibido pelo canal na manhã desta sexta, a jornalista pediu um espaço para falar sobre um desafio que ela impôs a ela mesma. "Eu vim muito disposta a não falar futebol feminino e a não tratar nossas jogadoras com a palavra 'meninas'. Eu acho que quando a gente vê mulheres jogando futebol e a gente dá um sobrenome a essa modalidade, chamando de feminino, a gente faz uma diferenciação muito importante entre o futebol que os homens jogam e o futebol que as mulheres jogam. A gente não dá sobrenome para o futebol masculino e damos para o feminino, como se fosse uma modalidade diferente daquela", apontou Lizandra.
Outra questão importante levantada por ela e debatida pelos repórteres na redação, é a questão do uso do substantivo "meninas". Ela defende que no futebol masculino ao se usar essa palavra, você infantiliza o jogador e traz uma imaturidade para ele e que, por isso, ela quer evitá-la. "Eu acho que o que não vale para os homens não pode valer para as mulheres. A gente está falando de quebra de preconceito, de perspectivas financeiras, está tudo muito interligado. A gente vai falar que um jogador foi um menino quando ele cometeu alguma imaturidade. Então eu acho que a gente precisava tomar este tipo de cuidado."
Um ponto destacado pelo apresentador, Marcelo Barreto, é o fato de dividirmos o basquete e vôlei como esportes masculinos e femininos, mas no futebol não tem isso por ser uma supremacia masculina. "Talvez a gente esteja mais acostumado a falar basquete masculino, basquete feminino, idem pro vôlei. Como o futebol sempre foi um universo exclusivamente masculino, a gente se acostumou a falar futebol e futebol feminino. Talvez, na hora da Copa do Mundo, a gente tivesse que falar futebol masculino." E aí? Já tá preparado para a Copa e ter diversas reflexões com ela?
(Por Pyetra Santos)